19 de fevereiro de 2011 | 00h38
Os Estados Unidos vetaram ontem a condenação aos assentamentos israelenses em territórios palestinos pelo Conselho de Segurança da ONU. A resolução havia recebido voto favorável de todos os outros 14 membros do conselho, entre eles o Brasil.
A embaixadora americana na ONU, Susan Rice, justificou que a proposta "endureceria as posições dos dois lados" e "os encorajaria a se afastar das negociações" de paz. Segundo Rice, os EUA continuam a apoiar uma solução orientada para a convivência pacífica de dois Estados.
Os outros 14 representantes do conselho lamentaram a atitude americana. A embaixadora Maria Luiza Viotti, representante do Brasil e presidente do organismo este mês, afirmou que o veto é "mais um obstáculo" a uma solução negociada e durável entre Israel e os palestinos.
Juntamente com o Brasil, Índia e China assinalaram a "ilegalidade" dos assentamentos construídos por Tel-Aviv, atualmente em expansão na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. "Os assentamentos são ilegais e o maior obstáculo à paz", afirmou a embaixadora brasileira.
Ontem, Barack Obama tentou convencer o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, a fazer seus aliados recuarem. Horas depois, o líder palestino telefonou para a secretária de Estado, Hillary Clinton, reiterando que a resolução entraria em votação. "Não há mudança na posição dos palestinos e árabes sobre a proposta."
A iniciativa da AP de levar adiante a votação, mesmo ciente do veto americano, foi interpretada como uma estratégia para se descolar do apoio americano e buscar em outros países a ajuda para mais reconhecimentos internacionais do Estado Palestino. Desde o reinício das negociações, em setembro, a expansão dos assentamentos chegou a ser paralisada. Mas o governo de Binyamin Netanyahu retomou as obras. Horas após a votação, o governo israelense manifestou o interesse em retomar o diálogo direto com os palestinos para alcançar um acordo de paz.
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