EUA voltam a receber refugiados, mas 11 países seguem excluídos

Presidente Donald Trump assinou decreto autorizando a retomada do programa que permite a entrada de imigrantes, mas ordenou 'exame extremo e minucioso' dos solicitantes para garantir que 'radicais islâmicos terroristas' não tirem vantagem

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Por Redação
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WASHINGTON - Depois de mais de quatro meses de proibição, os Estados Unidos voltarão a aceitar refugiados no país. O presidente Donald Trump assinou uma nova ordem executiva na noite de terça-feira, 24, autorizando o procedimento. Apesar da liberação, refugiados de 11 países, considerados de "alto risco", continuam proibidos de entrar nos EUA.

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O novo decreto de Trump substitui a polêmica ordem executiva emitida em março, que entrou em vigor parcialmente em junho, e proibia por 120 dias a entrada nos Estados Unidos de refugiados de todo o mundo.

Família de refugiados sírios chegaao aeroporto John F. Kennedy, em Nova York Foto: Hiroko Masuike/The New York Times

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O controvertido decreto de Trump provocou uma enxurrada de decisões judiciais contrárias, mas conseguiu estabelecer protocolos de segurança rígidos e a adoção de procedimentos de avaliação mais severos, o que inviabilizou a entrada de milhares de imigrantes no país.

"O secretário de Estado pode retomar a viagem aos Estados Unidos dos refugiados qualificados e cujo histórico tenha sido adequadamente revisado, e o secretário de Segurança Interna pode voltar a dar andamento às solicitações para o reassentamento de refugiados", afirmou Trump no texto do decreto.

Apesar da liberação, o presidente americano faz uma recomendação expressa ao Departamento de Segurança Interna para que os agentes de imigração façam um "exame extremo e minucioso" para garantir que "radicais islâmicos terroristas" não tirem vantagem do programa.

A nova ordem executiva de Trump ainda não permite a entrada de refugiados de 11 países considerados "de alto risco", mas funcionários do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos se negaram a enumerar quais são estes.

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As agências internacionais de apoio aos refugiados afirmam que os países afetados são Egito, Irã, Iraque, Líbia, Mali, Coreia do Norte, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Iêmen. Todos eles, exceto a Coreia do Norte, têm grande população muçulmana e foram origem da maior parte dos refugiados que ingressaram nos EUA nos últimos anos.

Jennifer Higgins, diretora associada para refugiados da agência federal de Serviços de Imigração e Cidadania, disse que os pedidos passarão por uma  "verificação melhorada", incluindo controles mais detalhados sobre conexões nas redes sociais. "A segurança do povo americano é nossa maior prioridade", declarou Higgins aos jornalistas.

Funcionários do Departamento de Segurança Interna afirmaram ao jornal The Washington Post que todos os refugiados vão continuar enfrentando testes de segurança aprimorados, com informações biométricas, pessoais e sobre suas atividades na internet.

"Essas novas medidas fazem parte do esforço do governo para elevar os padrões de segurança nacional para todas as pessoas que viajam para os Estados Unidos, e eles são projetados para intensificar o rastreio e impedir que atores nefastos e fraudulentos explorem o processo de refugiados para entrar nos Estados Unidos", afirmaram em comunicado funcionários do Departamento de Segurança Interna.

Desde 29 de setembro, a Casa Branca anunciou um limite de admissão de no máximo 45 mil refugiados - o menor nível desde o começo do programa, em 1975. / AFP e EFE

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