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Europa anuncia relaxamento de restrições e começa a retomar voos

Continente sofre há cinco dias com fechamento de espaço aéreo por conta de nuvem de cinzas

Atualização:

 

BRUXELAS - A Comissão de Transportes da União Europeia permitiu a abertura parcial do espaço aéreo sobre o continente após se reunir nesta segunda-feira, 19, para discutir soluções para a crise aérea que já dura cinco dias por conta de uma nuvem de cinzas expelida por um vulcão do sul da Islândia e prejudica as condições de voo.

  

 

A previsão é de que a situação melhore após a tomada das medidas, pelas quais as companhias aéreas e os aeroportos pressionaram muito as autoridades. "A partir de da manhã de terça, deveremos ver mais aviões levantarem voo progressivamente", disse Siim Kallas, comissário de Transportes do bloco.

 

A Comissão determinou três tipos de condições para o espaço aéreo - a zona não permitida, a zona de atenção, e a zona livre. Na primeira, imediatamente sobre a nuvem de cinzas, nenhum tipo de voo é permitido. Na segunda, os aviões podem operar, mas estão sujeitos a checagem em suas turbinas após os pousos para verificar se não houve danos, enquanto a terceira área não tem restrições.

 

Menos cinzas

 

Controladores aéreos jápressionavam pela reabertura das rotas alegando que as erupções do vulcão Eyjafjallajokull pareciam perder força. As empresas do setor de voos e viagens sofrem com a crise, que representa milhões de dólares de perdas diárias desde quinta-feira. O caos aéreo é apontado como uma ameaça à recuperação econômica na Europa.

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Autoridades britânicas afirmaram que as restrições aos voos podem ser retiradas na terça-feira na Inglaterra e no País de Gales, permitindo voos em aeroportos de Londres, como o Heathrow. Elas informaram que a restrição seguirá em vigor até as 3 horas (horário de Brasília) da terça."A erupção vulcânica diminuiu e o vulcão não está mais emitindo cinzas a altitudes que irão afetar o Reino Unido. Caso não haja mais emissões de cinzas significativas, nós estamos agora prevendo uma situação de melhoria contínua", afirmou a autoridade de tráfego aéreo do Reino Unido (NATS, na sigla em inglês). Uma porta-voz da Agência de Proteção Civil da Islândia também informou que o Eyjafjallajokull ainda estava em erupção, mas com a intensidade diminuindo.A British Airways, uma das mais atingidas, afirmou que estava perdendo entre 15 milhões e 20 milhões de libras por dia em vendas e custos com passageiros que não podem voar. A companhia informou que realizou um teste ontem, sem registrar impacto das nuvens de cinza sobre o Reino Unido. A British Airways pediu ao governo britânico que decida se é seguro voar. A companhia opinou que uma proibição total ao tráfego aéreo era "desnecessária".Funcionários do setor aéreo continuaram criticaram duramente parlamentares da União Europeia (UE) por não reagirem mais rápido à crise. Segundo eles, autoridades estão com excessivo zelo ao tomar medidas como fechar grandes áreas sem análises detalhadas das condições atmosféricas e dos supostos riscos. Autoridades do setor de aviação e especialistas em segurança disseram estar seguindo normas das Nações Unidas e levando em conta incidentes anteriores. As partículas de cinzas poderiam causar danos nos motores dos aviões. Os espaços aéreos sobre Bélgica, República Checa, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Alemanha, Hungria, Irlanda, Holanda, o norte da Itália, Polônia, Romênia, Eslovênia, Suíça e partes de Ucrânia e Reino Unido ainda estão fechados.CustoA Associação Internacional do Transporte Aéreo estima que as companhias pelo mundo estejam perdendo cerca de US$ 250 milhões por dia por causa das restrições. Mais de 63 mil voos haviam sido cancelados até o fim do dia de ontem. Nesta segunda, apenas 30% dos voos previstos na Europa devem de fato ocorrer, segundo a Eurocontrol, organização de segurança aérea europeia. Entre 8 mil e 9 mil operações deveriam ocorrer, de um total de 28 mil previstas.Na tarde da última quarta-feira, a Lufthansa informou ter recebido uma autorização especial de autoridades para realizar 50 pousos na Alemanha. Os aviões, vindos de Ásia, África e das Américas do Norte e do Sul, devem pousar amanhã nos aeroportos de Frankfurt, Munique e Dusseldorf, afirmou um porta-voz. No total, eles devem transportar cerca de 15 mil passageiros. As informações são da Dow Jones.

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