Europa reluta em aplicar sanções contra Israel

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Por Agencia Estado
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Enquanto o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, começava a angariar apoio entre os árabes para retomar os esforços de paz norte-americanos para o Oriente Médio, o órgão executivo da União Européia (UE) recusou-se a apoiar nesta segunda-feira os pedidos para a adoção de sanções econômicas contra Israel. O presidente da Comissão Européia (órgão executivo da UE), Romano Prodi, afastou a possibilidade de suspender um acordo de comércio e cooperação entre o bloco europeu e o Estado judeu. No entanto, ele comentou que a UE teria de considerar a convocação de Israel para uma reunião especial sob os termos do acordo, a não ser que Israel pare com a mais recente ofensiva militar contra os palestinos, que já dura 11 dias. Prodi anunciou hoje que a UE doará mais 5 milhões de euros (US$ 4,4 milhões) em ajuda humanitária emergencial às áreas palestinas cercadas pelo Exército israelense. A reunião está marcada para dezembro, mas a data pode ser alterada, afirmou Prodi. O acordo tem vigência de dois anos e abriu o caminho para o diálogo político e à cooperação entre UE e Israel em diversas questões econômicas, inclusive o acesso preferencial às exportações israelenses. Alguns governos europeus sugeriram a adoção de sanções comerciais para pressionar Israel a conter a ofensiva. Porém, funcionários da UE reconheceram ser improvável que os 15 membros do bloco venham a invocar uma cláusula que exige aos dois lados que se comprometam com o respeito aos direitos humanos. O chefe da política externa européia, Javier Solana, afirma que as sanções são possíveis, mas lembra que é necessária a aceitação unânime dos 15 países da UE para que tais medidas sejam adotadas. "Espero que a situação se desenvolva de uma forma positiva", para que as sanções não sejam necessárias, declarou Solana. Na quarta-feira, ele e o primeiro-ministro da Espanha, José María Aznar, cujo país ocupa a presidência de turno da UE, discutirão a atual crise no Oriente Médio com Powell, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov.

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