Evita Perón volta como animação

Desenho sobre a trajetória da primeira-dama estreia dias antes das eleições presidenciais

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Por Ariel Palacios
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CORRESPONDENTE / BUENOS AIRESAntes de morrer, em 1952, aos 33 anos, Evita Perón teria dito "Voltarei e serei milhões", referindo-se à multidão de trabalhadores "descamisados" que tomaria o poder. A famosa mulher do ex-presidente Juan Domingo Perón, constantemente citada pela presidente Cristina Kirchner como "exemplo a ser seguido", retornará mesmo, mas como desenho animado. Ela será retratada no longa-metragem Eva da Argentina, dirigido por Maria Seoane, diretora da estatal Rádio Nacional. A notícia sobre a preparação do filme, que conta com fundos do Banco de La Nación, estatal, surge em pleno período de campanha eleitoral argentina. Em outubro, Cristina disputará sua reeleição. Dias antes, ocorrerá a estreia do filme. "A obra louva a vida de Evita, defensora dos direitos do trabalhador e das mulheres", disseram os produtores. O filme mostrará a atividade política de Evita de forma romanceada, a relação sentimental com Perón e sua luta contra o câncer. "Este será o primeiro filme de desenhos animados da história política argentina. Nossa proposta é a de fazer um registro dos seis anos de vida política de Evita, que provocaram tantas interpretações", afirmou Seoane.O desenho animado em tom de épica terá trilha sonora do argentino Gustavo Santaolalla, músico premiado com o Oscar de melhor trilha sonora dos filmes Babel e O Segredo de Brokeback Mountain. O filme, que mesclará cenas de imagens da época, também pretende mostrar o ódio das aristocracias contra a primeira-dama argentina e como os militares que derrubaram o governo de seu marido, em 1955, sequestraram seu corpo embalsamado. Uma das cenas, no início do filme, mostra como Evita, filha extramatrimonial, é impedida de ver o velório do pai pela viúva legítima do morto. No entanto, essa versão, imortalizada no musical Evita, não é verdadeira, de acordo com Cristina Alvarez, sobrinha-neta de Evita, aliada da presidente Cristina e presidente da Fundação Museu Evita. A sobrinha-neta, considerada a detentora do maior número de documentos e memorabilia de sua tia-avó, garante que a mulher oficial de Juan Duarte, pai de Evita, morreu quatro anos antes dele.

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