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Evo dá a sindicatos da Bolívia espaço em jornais

Por EFE
Atualização:

O governo do presidente boliviano, Evo Morales, aprovou nesta semana um decreto que obriga as empresas de comunicação - públicas e privadas - a destinar um espaço em suas publicações para funcionários filiados a sindicatos expressar suas opiniões. O Executivo procura com essa medida recuperar a ideia de "coluna sindical" que, segundo La Paz, foi suprimida por "governos neoliberais". A partir de agora, os jornais bolivianos deverão destinar diariamente em suas páginas de opinião um espaço equivalente ao de um editorial para que seus jornalistas e demais trabalhadores afiliados a sindicatos e federações de imprensa expressem seus pontos de vista. No caso das emissoras de rádio e TV, as empresas serão obrigadas a ceder até três minutos de seus programas jornalísticos. O decreto aprovado na quarta-feira pelo Conselho de Ministros proíbe expressamente qualquer tipo de censura ao conteúdo dos textos escritos pelos funcionários. As empresas de comunicação também ficam proibidas de impor sanções ou demitir seus empregados por escrever artigos contrários à linha editorial do veículo. Se as empresas não cumprirem as normas estabelecidas pelo governo, os trabalhadores poderão denunciar seus empregadores no Ministério do Trabalho. O secretário executivo da Federação dos Trabalhadores de Imprensa de La Paz, Boris Quisberth, comemorou a ação do governo. "É positivo que se resgate este decreto porque ele busca cuidar da liberdade de expressão dos trabalhadores", afirmou Quisberth. "O decreto responde a uma demanda feita há tempos." O governo também aprovou outro decreto para beneficiar jornalistas. Agora, os empregadores terão de compensar seus trabalhadores pelos gastos com transporte durante a atividade profissional. RELAÇÃO COM JORNALISTAS Evo tem mantido relações tensas com os meios de comunicação bolivianos, aos quais acusa de estar aliados à oposição. Há vários meses, jornalistas bolivianos vêm reclamando que o presidente só dá entrevistas para meios de comunicação estrangeiros. A Associação Nacional de Imprensa (ANP) - que agrupa os proprietários dos meios de comunicação privados da Bolívia - já criticou inúmeras vezes o governo de Evo por tentar acabar com a liberdade de expressão no país.

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