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Evo Morales pede investigações sobre elos entre Odebrecht e antecessores

Presidente da Bolívia quer que Congresso apure pagamento de propinas pela construtora para concessão de licitações em governos anteriores

Atualização:

LA PAZ – O presidente da Bolívia Evo Morales pediu ao Congresso nesta segunda-feira, 2, uma investigação sobre os contratos realizados entre a construtora brasileira Odebrecht e ex-autoridades do país. A medida vem em resposta às denuncias da Lava Jato que apontam fraudes na concessão de licitações em favorecimento da Odebrecht por governos anteriores ao de Morales, iniciado em 2005.   "Vou a pedir à Assembleia Legislativa Plurinacional que faça uma profunda investigação de ex-autoridades como vem sendo veiculado em alguns veículos de imprensa", garantiu Morales aos jornalistas durante um evento em La Paz.

Evo Morales diz que seu governo é "o mais interessado nas investigações sobre atos de corrupção" e negou envolvimento com empresas citadas na Lava Jato Foto: Martin Alipaz/EFE

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Segundo Morales, as investigações deverão ser conduzidas por uma “comissão mista, composta por deputados governistas e opositores”. O objetivo é descobrir "se ocorreu extorsão, propina, em licitações para a concessão de obras" nos governos anteriores. "O governo é o mais interessado em que se investiguem esses atos de corrupção.”+ Odebrecht derruba primeiro presidente na América Latina+ O elo entre Maduro, Odebrecht e BNDES+ Maduro promete terminar obras da Odebrecht com empresas locais

Segundo informe publicado pelo Ministério da Justiça e divulgado pelo jornal boliviano “El Deber”, a Camargo Correa é acusada de pagar US$ 550 mil pela concessão de licitações para uma série de obras na Bolívia, algumas delas aparecem em documentos sobre supostas comissões de um serviço estatal de estradas já extinto. A Odebrecht, junto com a Queiroz Galvão, Andrade Gutiérrez e a OAS formam um conglomerado que atuava no país.

No documento do governo brasileiro publicado pelo “El Deber”, a propina teria sido paga a um ex-ministro e um ex-diretor de transportes. As duas concessões foram entregues à Camargo Correia e à Odebrecht.

Morales ressaltou que o seu governo “não está envolvido em nenhum evento de corrupção” com empresas investigadas na Lava Jato.+ Manifestações a favor e contra candidatura de Evo refletem polarização política na Bolívia+ Evo confirma plano de estender seu mandato até 2025 na Bolívia

A Odebrecht, junto com outras 15 construtoras brasileiras, protagonizou o maior escândalo de corrupção na história do Brasil ao participar de uma rede que desviou, por meio de licitações fraudulentas e contratos superfaturados, recursos milionários de uma petrolífera estatal.

O caso se expandiu por mais uma dezena de países da América e da África, cujas autoridades investigam o pagamento de propina a políticos por parte da construtora.

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A companhia fechou acordos de colaboração com a Justiça em Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Guatemala e Equador nos quais, além de pagar multas milionárias, reconheceu ter cometido atos ilícitos e se comprometeu a não repetir os mesmos. //EFE

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