Evo nega renúncia coletiva de ministros no 2º ano de mandato

Declaração de renúncia havia sido feita por ministro do presidente boliviano

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou neste sábado que todos os ministros do seu governo contam com sua confiança, e negou que eles renunciarão neste domingo, às vésperas do início do segundo ano do seu mandato. "Todos os ministros são da minha confiança, fizeram um trabalho satisfatório para a Bolívia e, portanto, quero que me acompanhem" no segundo mandato, disse Morales, em declarações na Vice-Presidência, onde se reuniu com dirigentes do seu partido. Morales afirmou que o anúncio da renúncia coletiva revelado na última sexta-feira pelo ministro de Desenvolvimento Rural, Hugo Salvatierra, "certamente é uma proposta pessoal". Salvatierra disse que lamentava a renúncia do ministro de Obras Públicas, Salvador Ric, e anunciou que o gabinete definiu apresentar "uma renúncia voluntária e coletiva" para que a decisão de manter os outros ministros seja do presidente. Versão da imprensa A imprensa boliviana, que cita fontes do governo que não quiseram se identificar, dá como certo que os 15 ministros que ficam no gabinete após a renúncia de Ric, renunciarão neste domingo para dar a Morales a oportunidade de escolher uma nova equipe. Ric, um próspero empresário de Santa Cruz, já oficializou sua renúncia ao afirmar que não tinha conseguido "construir pontes" entre o oeste do país, onde Morales tem maior apoio, e o departamento de Santa Cruz, onde o Executivo boliviano enfrenta uma forte oposição política e empresarial. Morales disse neste sábado que respeita a decisão pessoal tomada por Ric, e acrescentou que os altos funcionários do Ministério de Obras Públicas, que também renunciaram junto ao ministro, continuarão trabalhando em suas atuais tarefas. Além de Ric, nestes quase 12 meses o ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, também saiu do cargo, em setembro passado. Em outubro, o titular do Ministério de Mineração, Wálter Villarroel, também foi destituído. O governante desqualificou as versões da imprensa que falam da saída de pelo menos quatro ministros, entre eles a titular de Governo (Interior), Alicia Muñoz; do Trabalho, Alex Galvez; de Educação, Félix Patzi; e de Justiça, Casimira Rodríguez. "É totalmente falso, nunca pedi a renúncia de ninguém", disse Morales, que estava acompanhado pelo vice-presidente, Álvaro García Linera. Relatório O presidente boliviano disse que entre este sábado e domingo vai preparar o relatório do seu primeiro ano de gestão, que deverá ser apresentado nesta segunda-feira ao Congresso nacional. O partido governante, o Movimento ao Socialismo (MAS), e os da oposição, os conservadores Poder Democrático e Social (Podemos), o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) e a centrista União Nacional (UN) devem definir neste fim de semana a escolha dos novos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. O MAS está organizando para esta segunda-feira uma festa popular, com sindicatos e organizações sociais, na praça San Francisco de La Paz para comemorar o primeiro aniversário de Morales no poder. Greve em El Alto No entanto, no mesmo dia, a Federação de Associações de Moradores de El Alto (Fejuve) convocou uma greve para exigir a renúncia do governador de La Paz, José Luis Paredes, por seu apoio às autonomias regionais. Além da população de El Alto, a Fejuve conta com o apoio dos sindicatos camponeses do planalto, que na última sexta-feira se manifestaram para pedir a renúncia do governador. Morales pediu a Paredes que assuma a iniciativa de estabelecer "um diálogo permanente" com esses setores sociais, já que "este tema não é uma responsabilidade do Governo".

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