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Ex-agente da CIA diz que Bush ignorou advertências sobre o Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente George W. Bush fez mau uso das informações da espionagem americana para justificar a guerra no Iraque, afirmou o ex-agente da CIA no Oriente Médio Paul Pillar, citado pela revista Foreign Affairs. Pillar, segundo a publicação, disse que as advertências sobre a não existência de armas de destruição em massa no Iraque foram ignoradas por Bush. A administração do presidente Bush negou taxativamente as acusações de manipular os relatórios dos serviços de espionagem americanos para conseguir apoio para invadir o país árabe. No fim de 2005, o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Stephen Hadley, disse que as declarações oficiais sobre a ameaça que o ex-presidente iraquiano, Saddam Hussein, constituía para o país estavam baseadas em dados de diversas fontes de informação. Pillar, coordenador dos serviços de espionagem dos EUA no Oriente Médio até 2005, disse que a Casa Branca insistiu na veracidade dos dados da espionagem para dar força à decisão de ir à guerra, um acordo que já tinha sido adotado anteriormente. O ex-funcionário da CIA explicou ainda que o Governo Bush ignorou as advertências de que o Iraque facilmente cairia na violência e no caos depois da invasão americana para derrubar Saddam. Dados dos agentes da espionagem americana sobre o programa de armas não convencionais no Iraque eram incompletos, mas, ainda assim, as autoridades de Washington foram à guerra sem uma avaliação desses relatórios, diz Pillar. Para o ex-agente da CIA, as informações dos serviços de inteligência foram "politizadas" pelo Governo Bush. As críticas de Pillar são consideradas as mais severas contra a decisão de invadir o Iraque desde o ex-membro do Conselho Nacional de Segurança da Casa Blanca Richard Clarke lamentar o planejamento do país após os atentados de 11 de setembro de 2001.

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