SANTIAGO - Derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais no Chile, o ex-candidato Sebastián Sichel, do atual partido governista, anunciou nesta quinta-feira apoio ao candidato de ultradireita, José Antonio Kast, para o segundo turno.
No próximo dia 19, Kast vai enfrentar nas urnas o esquerdista Gabriel Boric, e um deles será o novo presidente do país.
"Embora nosso projeto seja diferente, é necessário adotar uma posição por causa do que está em jogo no Chile. De minha parte, afirmei desde o início que considero prioritário derrotar a ameaça do populismo de esquerda e comprometo meu voto a favor disso", disse Sichel.
Com 12,69% dos votos, ele ficou em quarto lugar entre os sete candidatos no primeiro turno, no qual concorreu pela coalizão do atual presidente, Sebastián Piñera.
A declaração do ex-candidato foi dada após uma conversa com Kast na qual eles discutiram nove pontos programáticos que Sichel pediu que sejam incluídos no programa do ultradireitista.
Kast e sua equipe "transmitiram sua absoluta vontade de incluir e reforçar em seu programa os compromissos dos pontos enviados", ressaltou Sichel.
"Há um grande centro, centro-direita e eleitorado independente que está longe do projeto do Partido Comunista e não vê a candidatura da ala representada por Gabriel Boric como uma alternativa viável, mas ao mesmo tempo exige certeza em questões fundamentais como gênero, meio ambiente, economia e direitos humanos", afirmou Sichel.
Enquanto parte da equipe de Kast havia criticado Sichel por estabelecer condições para o apoio, o próprio candidato enfatizou que a maioria dos pontos já estavam incluídos em seu programa e que ele não acreditava que isso seria um obstáculo.
Entre esses novos pontos estavam questões como o respeito irrestrito aos direitos humanos, o compromisso total com as minorias e diversidades.
Esta é a primeira vez desde o retorno à democracia, ocorrido em 1990, que os partidos tradicionais de centro-esquerda e centro-direita foram deixados de fora da corrida e que dois modelos muito diferentes do país a combaterão nas urnas./ EFE