WASHINGTON - A juíza federal Amy Berman Jackson disse nesta quarta-feira que Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Donald Trump, mentiu aos promotores que investigam a ingerência russa nas eleições americanas de 2016, após chegar a um acordo para cooperar em troca de uma condenação reduzida.
Os promotores que trabalham para Robert Mueller informaram em novembro à juíza Jackson, que tramita a causa contra Manafort, que ele mentiu sobre vários temas.
Apesar de Manafort negar ter mentido, Jacksonconsiderou provado que ele o fez em três das cinco questões que os promotores o acusavam.
A juíza disse que levará em conta as mentiras de Manafort quando for ditar sua sentença daqui a um mês, em 13 de março.
Manafort foi considerado culpado de oito delitos, incluindo fraude fiscal e bancária, no ano passado em um julgamento no Estado de Virginia, e depois se declarou culpado em outras duas acusações em relação a delitos financeiros.
Com o acordo de cooperação com a investigação de Mueller, Manafort, que tem 69 anos, esperava receber uma pena de 10 anos de prisão pelos delitos de fraude pelos quais se declarou culpado.
Mas a juíza disse que Manafort mentiu sobre sua relação com seu sócio Konstantin Kilimnik, que tem supostos laços com a inteligência russa; sobre um pagamento que recebeu por meio de um comitê político de Trump; e sobre outra investigação em curso que o Departamento de Justiça não divulgou.
Manafort teve de se demitir do cargo de chefe de campanha de Trump após a descoberta de que ele havia ocultado das autoridades um pagamento de US$ 12,7 milhões que recebeu por assessorar o deposto presidente ucraniano Víktor Yanukovich (2010-2014). / EFE