Ex-chefe de gabinete é favorito para suceder a Abe

Fukuda recebe apoio de facções do partido governista, superando Aso

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Por Reuters e Ap
Atualização:

O ex-chefe de gabinete do Japão Yasuo Fukuda, de 71 anos, recebeu ontem o apoio de oito das nove facções do governista Partido Liberal Democrático (PLD), após candidatar-se oficialmente à presidência do partido. Com esse amplo apoio, Fukuda tornou-se o candidato favorito para suceder ao primeiro-ministro Shinzo Abe - que na quarta-feira apresentou sua renúncia. Antes dele, o favorito era o ex-chanceler e atual secretário-geral do PLD, Taro Aso, de 66 anos, que também anunciou sua candidatura ontem. Fukuda também lidera uma pesquisa de opinião divulgada ontem pela agência de notícias Kyodo. Para 28% dos 1.059 entrevistados, Fukuda é o mais indicado para ocupar a chefia do governo, enquanto 18,7% preferem Aso. O PLD escolherá seu presidente no dia 23. O eleito será nomeado primeiro-ministro pelo Parlamento, pois o partido governista tem maioria na Câmara Baixa. O ministro das Finanças, Fukushiro Nukaga, que apresentou sua candidatura na quinta-feira, reuniu-se ontem com Fukuda e prometeu sua cooperação - que significa, na prática, o abandono da disputa pela chefia do partido, informou a versão on-line do jornal Asahi. Não estava claro se algum outro membro do PLD apresentará sua candidatura. O prazo para as inscrições vence hoje. Tanto Fukuda como Aso vêm de famílias de políticos. O pai de Fukuda foi o primeiro-ministro Takeo Fukuda e o avô de Aso foi o premiê Shigeru Yoshida, que negociou o acordo que encerrou a 2ª Guerra. Mas, ideologicamente, eles têm visões diferentes. Aso, um conservador, certa vez sugeriu que Taiwan se beneficiou por ter sido colonizada pelo Japão na primeira metade do século 20. Fukuda, por sua vez, é um crítico do governo Abe, defende relações mais intensas com os vizinhos asiáticos e opõe-se às visitas do chefe de governo ao templo de Yasukuni, em Tóquio, onde estão enterrados criminosos de guerra. Fukuda foi considerado o candidato favorito para suceder ao predecessor de Abe, Junichiro Koizumi, quando ele renunciou em setembro de 2006, mas decidiu não concorrer ao cargo.

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