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Ex-colônia guarda traços da metrópole portuguesa

Por Gustavo Chacra e MUSCAT
Atualização:

Omã ficou independente de Portugal, como o Brasil. Mas o fim do domínio português sobre os omanis ocorreu bem antes, em 1650. Apesar de passados mais de três séculos, as marcas e o trauma da presença portuguesa ainda estão presentes na população do sultanato. Em um dos poucos livros sobre a história do país, Dawn Over Oman ("Aurora Sobre Omã"), a historiadora Pauline Searle afirma que, segundo relatos difundidos de geração em geração, "em determinado estágio da dominação portuguesa, nenhum homem morreu de morte natural no país". Todos teriam sido assassinados por portugueses. Pode ser exagero, conforme escreve a autora, mas retrata a imagem deixada como herança pelos europeus. Os omanis descrevem o domínio português como uma das colonizações mais "sangrentas da história". Os portugueses desembarcaram em Muscat poucos anos depois de Pedro Álvares Cabral avistar o Brasil. Omã localiza-se estrategicamente na rota entre o Cabo da Boa Esperança e as Índias. Por mais de cem anos, os portugueses controlaram as águas da região. No século seguinte, contudo, Portugal foi expulso de Omã. As fortalezas portugueses, porém, ainda marcam a paisagem no centro de Muscat. Ao longo da costa, é comum se deparar com fortes da era de domínio lusitano.

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