Ex-cunhado de Menem tem prisão preventiva decretada

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Por Agencia Estado
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O empresário Emir Yoma, ex-cunhado do ex-presidente argentino Carlos Menem, negou-se nesta quinta-feira a ampliar seu depoimento sobre a venda ilegal de armas ao Equador e à Croácia e teve sua prisão preventiva confirmada pelo juiz federal responsável pelo caso, Jorge Urso. Yoma, que exerceu o cargo de assessor de Menem, é acusado de formação de quadrilha para vender armamentos e está detido desde o dia 7. O advogado do acusado, Mariano Cúneo Libarona, alegou nesta quinta à tarde que seu cliente não se estava recusando a prestar declarações. "Tínhamos pedido apenas um prazo de 48 horas para estabelecer datas com exatidão e esclarecer alguns dados que estão confusos", assegurou. O advogado acrescentou que a declaração que Yoma pretende fazer nos próximos dias "não envolverá ninguém" no caso. Entre 1991 e 1995, 6.500 toneladas de armas produzidas pela Fabricaciones Militares chegaram à Croácia, país envolvido em vários conflitos nos Bálcãs. Em 1995, 70 toneladas de armamento foram vendidas ao Equador, que enfrentava uma guerra com o Peru. Tanto Croácia quanto Equador estavam sob embargo internacional de armas, mas as vendas foram autorizadas por "decretos secretos" firmados por Menem, pelo atual ministro da Economia, Domingo Cavallo (que exercia a mesma função na época), pelo ex-chanceler Guido di Tella e pelos ex-ministros da Defesa, Antonio Ermam González e Oscar Camilión. Todos alegaram que os documentos que firmaram foram fraudados para parecer que as armas estavam sendo vendidas à Venezuela e ao Panamá. O desvio do armamento para Croácia e Equador transformou-se num dos maiores escândalos da administração Menem.

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