PUBLICIDADE

Ex-detentos de Guantánamo escrevem a Bush denunciando tortura

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois britânicos recentemente libertados da penitenciária mantida pelos Estado Unidos em sua base naval na Baía de Guantánamo, Cuba, escreveram uma carta aberta ao presidente americano, George W. Bush, na qual denunciaram terem sido torturados enquanto estiveram sob custódia dos EUA, informou nesta sexta-feira um advogado que representa os dois homens. Shafiq Rasul e Asif Iqbal, que foram libertados de Guantánamo depois de passarem dois anos detidos sem que nenhuma acusação tivesse sido apresentada contra eles, denunciaram que o tratamento na base naval era similar aos abusos perpetrados contra os prisioneiros iraquianos por captores americanos. "O que eles estão tentando fazer é mostrar ao mundo que o que aconteceu com eles não foi uma situação isolada. Pelo contrário, faz parte de uma política militar americana que se repete em diversas partes do mundo", disse a advogada Barbara Olshansky, do Centro de Direitos Constitucionais da Cidade de Nova York, informou a emissora britânica BBC. Desde que foram libertados, Rasul, Iqbal e outros três britânicos mantidos em Guantánamo vinham denunciando os abusos, como espancamento, humilhação e interrogatórios com armas apontadas contra eles. Autoridades militares americanas negam os maus-tratos. Olshansky disse que seus clientes "certamente foram sacudidos durante horas e foram obrigados a ficar em posições desconfortáveis enquanto eram interrogados pelos militares americanos". De acordo com ela, "os detentos teriam sido ameaçados com cães, foram expostos a temperaturas congelantes e foram obrigados a ficar nus. Praticamente o mesmo tipo de humilhação e técnicas de estresse utilizadas no Iraque". Para a advogada, "ficou claro que essa política está em vigor na Baía de Guantánamo. Eles deixaram claro que foram alvo de interrogatórios e métodos intimidatórios desde o momento que chegaram a Guantánamo. Parece ter ficado claro que se trata de uma rotina".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.