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Ex-diretores de tabloide contradizem depoimento de James Murdoch

Colin Myler e Tom Crone afirmam que filho do magnata 'se equivocou' ao falar sobre e-mail

Atualização:

LONDRES - O depoimento de James Murdoch, presidente da News International, nesta semana no Parlamento britânico pelo caso das escutas ilegais do News of the World foi colocado nesta sexta-feira, 22, em dúvida por dois ex-diretores da empresa.

 

 

James Murdoch e seu pai, Rupert Murdoch, presidente da News Corporation, depuseram na terça-feira diante do Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns sobre o escândalo das escutas ilegais feitas pelo dominical.

 

No entanto, o ex-diretor do News of the World Colin Myler e o ex-responsável legal da News International Tom Crone questionaram nesta sexta-feira a resposta de James Murdoch sobre um e-mail no qual sugeriram que os grampos telefônicos estavam estendidos.

 

Em sua declaração, Murdoch disse que não "sabia" que o jornal desse a entender que a prática das escutas não era supostamente exclusiva de um único jornalista, sobre o caso que envolvia um diretor da Federação de Futebol.

 

E-mail

 

Em abril de 2008, James Murdoch autorizou o pagamento de 678 mil euros, como parte de um acordo extrajudicial, a Gordon Taylor, diretor da Federação de Futebol, depois que este apresentasse medidas legais contra o News of the World por ter tido seu telefone grampeado.

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Em comunicado, divulgado nesta sexta-feira, Myler e Crone detalharam que James Murdoch se "equivocou" quando respondeu ao comitê sobre o litígio com Gordon Taylor, já que afirmam ter informado sobre a existência do e-mail que fazia referência aos grampos e procedia dos advogados de Taylor.

 

O presidente da News International disse nesta sexta-feira, no entanto, que respalda o depoimento que prestou diante do comitê.

 

Em resposta a esta situação, o presidente do Comitê de Meios de Comunicação, John Whittingdale, assinalou que pode pedir a James Murdoch que esclareça as respostas por escrito.

 

Grampos

 

News of the World fez durante anos, aparentemente de forma sistemática, a interceptação de celulares de famosos, jornalistas e pessoas envolvidas em crimes.

 

Em 2006 tornou-se público esta prática de espionagem, mas a investigação foi fechada depois pela Polícia, embora tenha recomeçado uma nova investigação em janeiro.

 

O escândalo agravou-se semanas atrás ao ser revelado que grampos telefônicos de familiares de vítimas de crimes, terrorismo e de soldados mortos em combate.

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Leia mais:lista ENTENDA: O escândalo dos grampos na Inglaterra

 

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