Ex-espiã russa nos EUA integrará cúpula de grupo pró-Kremlin

Anna Chapman, deportada à Rússia em julho, integrará a ala jovem do partido de Vladimir Putin

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

A ex-espiã russa Anna Chapman, deportada em julho dos EUA à Rússia, foi eleita para ocupar um cargo de alto escalão na ala jovem do partido do premiê Vladimir Putin, segundo apurou a BBC. Chapman, 28, foi escolhida por um conselho público do Molodaya Gvardiya ("Jovem Guarda"), que elegeu seus líderes em uma convenção em Moscou. A glamourosa ex-agente ficou famosa por estar envolvida em um esquema de espionagem descoberto pela Inteligência americana em junho. Ela e outros dez espiões foram entregues à Rússia em troca de quatro espiões americanos. Foi a maior troca de espiões desde a Guerra Fria. A ala jovem do partido governista da Rússia Unida tem raízes na soviética Komsomol, ou União da Juventude Comunista, e foi revivida nos anos 1990 por Putin. Em discurso no congresso da ala jovem do partido, feito nesta quarta-feira e transmitido na TV, Chapman instou seus correligionários a "transformar o futuro começando por nós mesmos". Manchetes Anna - que abandonou o sobrenome de nascimento, Kushchenko, depois de se casar com um britânico - é filha de um diplomata russo. Desde que foi deportada à Rússia, ela ganhou as manchetes diversas vezes - por exemplo, posando para um ensaio sensual de uma revista masculina russa e comparecendo ao lançamento de um veículo espacial no Cazaquistão. Juntamente com os demais espiões que foram deportados dos Estados Unidos, ela foi recebida com honras no Kremlin pelo governo do presidente Dmitri Medvedev. Eles foram expulsos pelas autoridades americanas após admitirem o crime de "conspiração para agir como agentes não registrados de um país estrangeiro". Promotores dizem que os espiões se passavam por cidadãos comuns, mas estavam sob ordens da Inteligência russa para infiltrar círculos políticos e colher informações.

 

BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.