Ex-estagiário diz ter tido relações sexuais com Foley, diz jornal

Em entrevista ao Los Angeles Times, o rapaz disse que manteve relações com o ex-deputado republicano Mark Foley depois de ter recebido mensagens eletrônicas enviadas por ele

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Por Agencia Estado
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Um ex-estagiário da Câmara de Representantes dos Estados Unidos teria mantido relações sexuais com o ex-deputado republicano Mark Foley, que renunciou após a revelação das mensagens eletrônicas com teor sexual que enviava a jovens estagiários, informou neste domingo o jornal Los Angeles Times. O ex-estagiário, cuja identidade não foi revelada pelo jornal, disse que manteve relações com o ex-deputado depois de ter recebido as mensagens eletrônicas enviadas por Foley. Os dois teriam começado a manter relações no segundo semestre de 2000, quando o jovem já tinha completado 21 anos e terminado o programa de estágio no Capitólio. Foley, um católico homossexual de 52 anos, está sendo investigado pelas autoridades dos Estados Unidos pela suposta troca de mensagens eletrônicas de conteúdo sexual com estagiários menores de idade da Câmara Baixa. Mesmo com a renúncia de Foley à sua cadeira pela Flórida em setembro, o escândalo atingiu a imagem dos republicanos no momento em que o partido busca manter sua maioria no Congresso nas eleições legislativas de 7 de novembro. Numa das mensagens citadas pelo Los Angeles Times, Foley, identificado como Maf54, diz que "não se mete" com estagiários menores. Nos Estados Unidos, a maioridade varia conforme o Estado, e oscila entre 16 e 18 anos. No Distrito de Columbia, a capital dos EUA, onde está o Capitólio e onde vivem os estagiários, a maioridade conforme a lei é de 16 anos. As declarações do ex-estagiário confirmam as de Foley, que garante que não manteve relações sexuais com menores de idade, um fator-chave nas investigações realizadas pelo Departamento de Justiça, o FBI (polícia federal americana) e as autoridades estaduais da Flórida. No entanto, as mensagens indicariam uma suposta conduta "depredadora" de Foley em relação aos estagiários mais jovens, segundo as acusações da oposição democrata. Os estagiários, que trabalham como recepcionistas ou mensageiros, estão no Congresso desde 1820 e o escândalo desatou um debate sobre como aperfeiçoar o programa e proteger os jovens desse tipo de situação. Segundo o Los Angeles Times, entre os estagiários sabia-se que Foley era gay e que se interessava por eles, a ponto de o parlamentar ter recebido o apelido de "triplo F", ou "Florida Fag Foley" (Foley, o homossexual da Flórida). O jovem, que teria pedido para não ser identificado por medo de represálias, disse que sentiu-se seduzido pelo sentimento que Foley expressava por ele no momento em que tentava definir sua sexualidade. "Parecia-me ótimo que demonstrasse interesse. Sabia que ele era homossexual e que eu o atraía", disse o ex-estagiário ao jornal, lembrando que, numa ocasião, Foley disse que anos antes ficou observando-o para ver se tinha uma ereção enquanto trabalhavam juntos. Outro ex-estagiário envolvido no escândalo, Edmund Jordan, deve dar o seu depoimento ao FBI, na presença de seu advogado, na semana que vem.

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