
06 de fevereiro de 2020 | 20h49
CARACAS - Seis ex-diretores da empresa petroleira Citgo - cinco deles com dupla cidadania venezuelana e americana - foram presos novamente pelas autoridades da Venezuela, quase dois meses depois de cumprirem prisão domiciliar, informaram parentes dos detidos e uma ONG nesta quinta-feira, 6.
Segundo essas versões, na quarta-feira à noite, agentes do Serviço de Inteligência (Sebin) prenderam os ex-executivos da refinaria do Citgo - uma subsidiária americana da estatal venezuelana PDVSA - e os mantiveram na sede da agência em Caracas.
Os detidos são Tomeu Vadell, Alirio e José Luis Zambrano, José Ángel Pereira, Jorge Toledo e Gustavo Cárdenas, todos ex-executivos da empresa, acusados de peculato fraudulento, lavagem de dinheiro e associação para cometer crimes, entre outros crimes.
O diretor do fórum criminal dos direitos humanos, Gonzalo Himiob, garantiu à France Presse que os acusados foram levados ao Sebin. As autoridades venezuelanas não se pronunciaram a esse respeito.
Michael Kozak, principal diplomata americano para América Latina, considerou como "injusta a detenção" dos executivos.
O retorno à prisão dos ex-diretores ocorreu no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu na Casa Branca o líder opositor venezuelano Juan Guaidó, a quem ele havia convidado um dia antes para seu discurso sobre o Estado da União no Congresso.
Nesta quinta-feira, o governo americano alertou a Venezuela de que haverá consequências caso o líder da oposição não possa retornar com segurança a seu país.
"Esperamos que o regime faça o cálculo, especialmente após esta viagem, que o apoio a Guaidó é forte e a reação a qualquer ação contra ele será um erro do regime", afirmou Elliott Abrams, o encarregado dos EUA para Venezuela, a jornalistas. "Estamos muito preocupados com isso e esperamos que ele retorne em segurança", afirmou.
Quando pedido para explicar o que os Estados Unidos fariam em alguma eventualidade contrária, Abrams se limitou a dizer: "Estamos preparados". Guaidó é reconhecido presidente interino pelos Estados Unidos e por mais de 50 países. / AFP
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