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Ex-funcionária acusa governador da Flórida de maquiar números de covid-19

Segundo cientista que cuidava da base de dados do Estado, funcionários foram instruídos a mudar dados e deletar mortes e casos

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Por Redação
Atualização:

O governador da Flórida, o republicano Ron De Santis, foi acusado de tentar esconder os números da pandemia do novo coronavírus em seu Estado, informou nesta sexta-feira, 26, o jornal britânico The Guardian

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O jornal afirma que Rebekah Jones, uma das principais cientistas que analisava os dados de covid-19 na Flórida e alega ter sido demitida por se recusar a maquiar os números, fez uma denúncia nas redes sociais de que funcionários foram instruídos a mudar os números e começar a deletar mortes e casos.

"Eles estão apenas relatando todos esses casos agora para que possam restringir os relatórios na próxima semana para fazer com que todos pensem que acabou", escreveu ela. Segundo ela, o objetivo é ter um clima de normalidade perto do feriado de 4 de julho.

Nesta semana, a Flórida registrou mais de cinco mil casos por dia - os maiores índices desde o início da pandemia. Enquanto atuava como uma das responsáveis pela base de dados de covid-19 da Flórida, Rebekah afirmou que foi instada a manipular as informações. Por não ter concordado, foi despedida. 

Moradores visitam a praia de Ford Lauderdale Foto: Saul Martinez/The New York Times

O governador DeSantis, que não determinou o uso obrigatório de máscara no Estado e decidiu reabrir a economia, afirmou que as falas de Jones eram teoria da conspiração, sem citá-la diretamente. A Flórida reabriu as praias em 10 de junho, que têm ficado cada vez mais movimentadas. A região já tem mais de 100 mil casos positivos. 

A situação local é parte de uma tendência em quase 30 Estados americanos - muitos republicanos - que fizeram pressão para reabrir as economias mesmo com indícios de que a pandemia estava avançando. 

Em abril, o número de novos casos diários nos EUA era próximo de 30 mil. Depois, se estabilizou na casa de 20 mil em maio e voltou a exceder 30 mil nos últimos dias. O aumento está relacionado, em parte, às grandes concentrações de pessoas no feriado do Memorial Day, em 31 de maio, à flexibilização das quarentenas e à crescente indulgência em nível individual.

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“Os dados indicam claramente que temos um problema. Dados de testes, dados de sintomas, dados de hospitalização, tudo está subindo claramente ", disse ao The Guardian Mary Jo Trepka, professora e presidente do departamento de epidemiologia da Universidade Internacional da Flórida. / Com informações da AFP 

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