O ex-presidente da Libéria Charles Taylor disse nesta quinta-feira, 16, no tribunal de crimes de guerra em Haia, na Holanda, que não via nada de errado em expor o esqueleto de guerrilheiros mortos em bloqueios de estrada enquanto os exércitos rebeldes invadiam o país na revolução de 1989.
A invasão da Libéria e sua a ascensão de Taylor ao poder precederam o envolvimento do ex-líder na guerra civil de Serra Leoa, que ocorreu entre 1991 e 2002, pelo qual ele é acusado de 11 crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Taylor usou seu terceiro dia de depoimentos de testemunhas para falar das evidências de um de seus mais violentos crimes - o de que ordenava seus homens na Libéria a amarrar restos humanos pelos postos de controle nas estradas e expor cabeças e crânios para amedrontar a população.
O ex-presidente, de 61 anos, se declara inocente. Apesar de admitir que mandava seus soldados exporem os restos dos inimigos, diz que não considerava a atitude um erro. "Eram crânios de inimigos, e não pensamos que esse símbolo fosse ofensivo. Não considerei isso um erro, e não ordenei sua remoção", afirmou.
Taylor também admitiu que ocorreram atrocidades durante a guerra, mas disse que havia treinado sua milícia para respeitar as regras dos combates.