Ex-ministro alemão pode ter se suicidado em salto de pára-quedas

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Por Agencia Estado
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Juergen Moellemann, um provocativo ex-ministro alemão acusado de anti-semitismo e inplicado num escândalo de financiamento de campanha, morreu hoje num salto de pára-quedas, no momento em que promotores vasculhavam sua casa em busca de evidências sobre negócios ilícitos. Moellemann, de 57 anos, um experimentado pára-quedista que muitas vezes desceu de pára-quedas em eventos públicos, saltou para a morte nas proximidades da cidade nortista de Marl, informou a polícia. Moellemann perdeu seu pára-quedas a 1.500 metros de altitude e ele caiu num campo de cevada, segundo testemunhas. Cerca de 10 outras pessoas que saltaram do mesmo avião chegaram ao solo em segurança. Fontes policiais, pedindo anonimato, disseram seu pára-quedas de emergência não foi acionado e que relatos de testemunhas sugerem que Moellemann teve a intenção de se matar. Pouco antes, promotores alemães, investigando supostas evasão de impostos e fraude, promoveram buscas em casas e escritórios relacionados com Moellemann na Alemanha e em outros países europeus. Investigadores vasculhavam sua casa em Muenster na presença de sua mulher quando chegou a notícia da morte, relatou o promotor Wolfgang Schweer. Seus colegas parlamentares em Berlim haviam aberto caminho para as buscas menos de uma hora antes do salto fatal de Moellemann ao suspenderem sua imunidade. Promotores não quiseram especular sobre uma ligação entre os dois fatos. "Ele não poderia ter ficado muito surpreso com a adoção de tal medida. Ele deveria estar esperando (por isso)", avaliou o promotor Schweer. Moellemann provocou irritação na campanha eleitoral alemã do ano passado quando acusou o líder judeu e apresentador de talk show Michael Friedman de acabar alimentando o anti-semitismo por seu "estilo intolerante, odioso". Ele foi ainda mais criticado quando produziu um folheto pouco antes das eleições nacionais de setembro criticando Friedman e o líder israelense Ariel Sharon. O folheto foi distribuído para mais de 8 milhões de endereços. Líderes judeus acusaram Moellemann de explorar o anti-semitismo para atrair eleitores da extrema direita. Moellemann, que liderava uma organização germânico-árabe e tinha negócios com o mundo árabe, negava as acusações. Em sua carreira política de mais de três décadas pelo pró-mercado Partido Democrático Livre, Moellemann acabou se tornando ministro da Economia no governo do ex-chanceler Helmut Khol e, na década de 90, foi vice-chanceler. Ele foi forçado a renunciar em 1993 ao ser revelado que usou impropriamente seu cargo para produzir um produto fabricado por um parente, mas conseguiu retomar sua carreira política. Ele renunciou ao partido de oposição em março depois que seus líderes tentaram por meses expulsá-lo devido às acusações de anti-semitismo.

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