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Ex-ministro colombiano foge após seis anos em cativeiro

Fernando Araújo contou que conseguiu fugir durante um combate entre guerrilheiros e forças do governo no domingo, e que passou cinco dias escondido e perdido

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro colombiano Fernando Araújo, refém da maior guerrilha esquerdista do país desde 2000, fugiu de seus seqüestradores durante uma operação militar no último fim de semana. Araújo, que integrava um grupo de 62 reféns que os rebeldes tentam trocar por guerrilheiros presos, escapou no domingo, quando as forças militares atacaram com helicópteros um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) numa área de floresta. "Estou muito contente de ter podido escapar do longuíssimo seqüestro de seis anos a que me submeteu a guerrilha das Farc", disse Araújo a jornalistas. Ele contou que conseguiu fugir durante o ataque ao acampamento e que passou os cinco dias seguintes escondido e perdido, "até que hoje encontrei um caminho adequado para sair". O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, disse que um soldado e seis rebeldes morreram durante a operação militar nos montes de María, no Departamento de Bolívar, norte do país. Não ficou claro se os militares sabiam da presença do ex-ministro no acampamento atacado. Araújo foi ministro do Desenvolvimento no governo conservador de Andrés Pastrana, que por mais de três anos manteve uma negociação de paz sem resultados com as Farc. Já como ex-ministro, foi seqüestrado em 2000, na cidade caribenha de Cartagena, quando fazia exercícios. Em maio de 2003, um governador, um ex-ministro de Defesa e oito militares morreram baleados pela guerrilha durante uma frustrada tentativa de resgate dos políticos reféns numa zona florestal do noroeste do país. As Farc, grupo rebelde mais antigo do continente, é formado por 17 mil combatentes e mantém seqüestrado um grupo que inclui a ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt, um ex-governador, cinco ex-parlamentares e 12 ex-deputados regionais, além de três norte-americanos. Os rebeldes querem trocar os reféns, alguns dos quais há nove anos em cativeiro, por milhares de seus combatentes detidos pelo governo. As Farc exigem que o presidente Alvaro Uribe retire suas forças militares de uma área montanhosa de 780 quilômetros quadrados para facilitar um encontro de seus negociadores com os do governo. O presidente se opõe. A guerrilha, que há mais de quatro décadas participa da guerra civil colombiana, é financiada principalmente pelo narcotráfico e em menor escala pelos seqüestros - embora nesses casos o cativeiro são de caráter político.

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