Ex-ministro da Defesa israelense é condenado à prisão por assédio sexual

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Por Agencia Estado
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O ex-ministro da Defesa Yitzhak Mordechai, um dos mais promissores políticos de Israel, foi condenado hoje a 18 meses de prisão, com direito a sursis, por assédio sexual a duas de suas subordinadas. Os três juízes da Corte de Magistrados de Jerusalém se dividiram em relação à sentença: enquanto dois deles disseram ter levado em conta a folha de serviços de Mordechai antes de chegarem a uma decisão, o terceiro juiz disse que o acusado deveria ficar algum tempo na cadeia devido à gravidade da ofensa. O promotor do caso promete entrar com um recurso da sentença. Grupos feministas também consideraram que a decisão da corte deveria ter sido mais dura, enquanto a legisladora Yael Dayan, uma ativista dos direitos das mulheres, qualificou-a de "quase escandalosa". As feministas ressaltaram que o assédio sexual é raramente punido em Israel. Mordechai, por sua vez, não demonstrava qualquer emoção ao deixar o tribunal após a condenação, reafirmando sua inocência e dizendo que vai apelar do veredicto. A pena máxima para o delito do ex-ministro é de sete anos de prisão. Em maio passado, uma funcionária de 23 anos do ministério dos Transportes entrou com uma queixa na Justiça contra Mordechai, que ocupava a pasta na época, alegando que ele a empurrou para um sofá e a apalpou sob sua blusa. Depois que a acusação se tornou pública, duas outras mulheres - uma ex-soldado e uma ativista política - também o acusaram de tê-las assediado no início de suas carreiras. A corte rejeitou a queixa da funcionária ministerial por considerá-la inconsistente, mas acolheu as acusações por assédio sexual nos dois casos precedentes. Hoje general da reserva, Mordechai já recebeu a Medalha de Honra, a mais alta condecoração a que pode aspirar um militar israelense. Em 1999, com uma carreira política em ascensão, ele se candidatou a primeiro-ministro, mas desistiu da candidatura no final da campanha. O ex-general renunciou ao cargo de ministro dos Transportes após ser indiciado em maio por assédio sexual.

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