PUBLICIDADE

Ex-ministro do Timor é condenado por distúrbios de 2006

Rogério Lobato é acusado de fornecer armas ilegais a grupos civis e homicídio, além de não impedir a violência que obrigou 155 mil pessoas a fugirem de casa

Por Agencia Estado
Atualização:

O tribunal do distrito de Díli, no Timor Leste, condenou nesta quarta-feira, 7, o ex-ministro do Interior do país Rogério Lobato por homicídio e por fornecer armas ilegalmente a grupos civis durante os distúrbios do ano passado no país, que deixaram 37 mortos. A sentença é a que ele deve cumprir sete anos e meio de prisão O juiz que presidiu o tribunal, o português Ivo Rosa Caerio, afirmou que Lobato, como ministro do Interior, era responsável pela segurança no Timor Leste e foi incapaz de impedir a violência que atingiu a capital em 2006, que levou a 155 mil pessoas a fugir de suas casas. "Como um dos fundadores da nação e membro do governo naquele momento, responsável pela segurança interna, devia ter evitado a violência e controlado as manifestações realizadas por 591 soldados que foram demitidos", afirmou o magistrado. O juiz também declarou Lobato culpado por fornecer armas a civis a fim de assassinar alguns dos soldados demitidos, que estavam causando os distúrbios. Durante o julgamento, o juiz Caerio absolveu Lobato de algumas das acusações, entre elas a morte de nove policiais em 25 de maio de 2006. O advogado de Lobato, Paulo Remedios, disse à imprensa que apelará da decisão. "Obviamente, há argumentos legais e algumas razões que não tratarei aqui, mas já informamos ao tribunal que vamos apelar", afirmou Remédios. A onda de violência que estourou em março de 2006 levou à renúncia de Lobato no início de junho, e três semanas depois o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, também deixou o cargo por ser acusado dos incidentes. O caso de Alkatiri, no entanto, foi encerrado em fevereiro por falta de provas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.