26 de fevereiro de 2016 | 14h27
A advogada Gabriela Zapata, ex-namorada do presidente Evo Morales, foi presa nesta sexta-feira, 26, na Bolívia, suspeita de tráfico de influência.Ela é gerente da multinacional chinesa CAMC, signatária de contratos de US$ 566 milhões com o Estado boliviano.
LA PAZ - O ministério do Interior confirmou a prisão em sua conta no Twitter. " A cidadã Gabriela Zapata foi presa e está numa cela da Força de Luta contra o crime", diz a mensagem.
A aposta chinesa e a ex-namorada de Evo
Gabriela namorou com Evo em 2007. Os dois tiveram um filho, que morreu com um ano de idade. O jornalista boliviano Carlos Valverde revelou o caso e afirmou que o envolvimento da advogada na assinatura dos contratos configuraria tráfico de influência.
A denúncia foi feita a três semanas da eleição do referendo constitucional que permitiria a Evo disputar seu quarto mandato. Ele foi derrotado por 51% a 49% dos votos e analistas dizem que o escândalo contribuiu para sua derrota.
A pedido de Evo, os contratos do governo com a empresa chinesa são investigadas pela Controladoria-Geral do Estado, comandada por um governista, e por uma comissão do Parlamento, no qual o Movimento ao Socialismo (MAS) tem a maioria.
Evo atribuiu sua derrota no referendo de domingo, no qual os bolivianos recusaram sua tentativa de se candidatar às eleições em 2019, à repercussão da denúncia nas redes sociais durante a campanha, que considerou uma "guerra suja".
Quando veio a público a relação que manteve com Gabriela, o líder disse que não tinha voltado a vê-la desde que se separaram em 2007, mas sua versão foi desmentida pela aparição de fotografias de 2015, nas quais posaram juntos durante o carnaval.
O líder justificou que muitas pessoas se aproximam a ele para tirar fotos e que sua ex-companheira pareceu ser um "rosto conhecido", embora posteriormente tenha percebido que era realmente Gabriela Zapata. /EFE e AFP
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