Ex-policiais e militares aposentados comandam atos antivacina no Canadá; leia análise

Líderes do movimento contra restrições sanitárias levam vantagem por conhecer táticas de enfrentamento a protestos

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Por Catherine Porter
Atualização:

OTTAWA - Um dia depois de o governador de Ontário declarar estado de emergência e dizer que qualquer pessoa envolvida no protesto enfrentaria consequências “graves”, incluindo multas de 100 mil dólares canadenses e até prisão – nada mudou nas ruas de Ottawa. Os poucos policiais à vista foram rapidamente engolidos por uma multidão.

Policia canadense patrulha centro de Ottawa em meio ao bloqueio de ruas por manifestantes do Comboio da Liberdade. Foto: Nick Iwanyshyn/The Canadian Press via AP

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Duas semanas depois que Ottawa foi ocupada, muitos se perguntam como isso aconteceu. Por que a polícia abandonou a sede do poder? Analistas citam dois fatores: a fraqueza da força policial da capital e a força dos ocupantes – em número, tática, disciplina, capacidade de arrecadação e logística.

Embora os caminhões sejam o símbolo do protesto, apenas alguns líderes são caminhoneiros. Muitos são ex-policiais e veteranos do Exército que usam seus conhecimentos para organizar a ocupação. “Este é um nível muito sofisticado de manifestantes”, disse o chefe de polícia de Ottawa, Peter Sloly. 

Os caminhões começaram a entrar na cidade em 28 de janeiro e as autoridades foram informadas de que o protesto seria breve. Em vez disso, eles estacionaram e nunca foram embora. A polícia não colocou barreiras de concreto para mantê-los longe do Parlamento, nem impediu que o centro virasse um estacionamento. 

A formação militar e policial de alguns líderes vem sendo fundamental para moldar a estratégia e o planejamento dos manifestantes. Um dos chefes do grupo, Tom Quiggin, foi oficial de inteligência do Exército, do gabinete e da Polícia Federal. “Eles sabem exatamente quais são as táticas que a polícia vai usar”, disse Christian Leuprecht, professor de ciências políticas do Royal Military College.

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