Ex-policial chinês envolvido em escândalo admite que tentou fugir

Wang Lijun foi julgado por tentar acobertar o assassinato de um empresário britânico sob sua jurisdição

PUBLICIDADE

Atualização:

CHENGDU, CHINA - O ex-chefe de polícia Wang Lijun, envolvido no maior escândalo político das últimas décadas na China, admitiu ter tentado fugir para os EUA. Ele não respondeu às acusações de suborno e espionagem imputadas durante seu julgamento nesta terça-feira, 18, segundo uma fonte judicial.

Veja também:link Começa o julgamento de ex-chefe de polícia chinêslink Condenada à morte, mulher de Bo Xilai pode deixar prisão em 9 anos Lijun era chefe policial no município de Chongqing, no sudoeste do país, e tentou acobertar o assassinato de um empresário britânico sob sua jurisdição. O caso acabou levando à condenação da mulher do dirigente regional Bo Xilai, até então uma estrela em ascensão na política nacional. Os promotores disseram que a posterior cooperação de Wang foi crucial para desvendar o homicídio e revelar outros crimes não especificados. Por isso, ele deve receber uma sentença leniente, daqui a cerca de dez dias. "O acusado Wang Lijun voluntariamente se entregou após cometer o crime de deserção, e então fez um relato fiel dos principais crimes envolvidos na sua deserção", disse o porta-voz judicial Yang Yuquan, referindo-se a dramática fuga do réu para o consulado dos EUA em Chengdu, em fevereiro. Wang, segundo o porta-voz, "expôs pistas relativas a graves ofensas criminais por terceiros, e desempenhou papel importante na investigação e no trato dos casos relacionados. De acordo com a lei, sua punição poderá ser reduzida". Jornalistas foram impedidos de acompanhar o julgamento num tribunal de Chengdu, e receberam informações de um funcionário judicial em um hotel próximo. Os crimes imputados a Wang acarretariam, normalmente, em longas sentenças de prisão ou mesmo pena de morte.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.