
04 Novembro 2014 | 11h52
CIDADE DO MÉXICO - Autoridades mexicanas prenderam o ex-prefeito da cidade de Iguala José Luis Abarca, e a mulher dele, acusados de ordenar o desaparecimento de 43 estudantes. Os dois foram detidos em Iztapalapa, na Cidade do México, em uma operação da Polícia Federal, afirmou nesta terça-feira, 4, o porta-voz da instituição José Ramón Salinas por meio do Twitter.
A polícia foi avisada do paradeiro de Abarca e a mulher, María de los Ángeles Pineda, pela proprietária de uma casa que os dois alugaram. Eles foram transferidos para a sede da Subprocuradoria Especializada em Investigação de Delinquência e prestaram depoimento.
Os 43 estudantes foram capturados no dia 26 de setembro por policiais cúmplices do grupo criminoso Guerreros Unidos após confrontos, que deixaram seis mortos e 25 feridos. Os 43 jovens foram entregues ao cartel, que se encarregou do desaparecimento, de acordo com as investigações da Procuradoria-Geral do México.
O ex-prefeito e a mulher são acusados pelo desaparecimento dos 43 estudantes e pelo assassinato de outras seis pessoas em Ayotzinapa. Abarca estava foragido junto com a mulher e o secretário de Segurança de Iguala, Felipe Flores.
Mais de 50 pessoas envolvidas no caso já foram presas, entre elas policiais de Iguala e do município vizinho de Cocula, e integrantes do Guerreros Unidos, como o líder, Sidronio Casarrubias, que revelou que todo mês o cartel entregava elevadas quantias de dinheiro ao prefeito e chegava a decidir quem poderia se integrar à corporação policial.
As buscas pelos estudantes continuam. Acredita-se que eles possam ter sido massacrados, mas mesmo com as mais de 50 prisões, o paradeiro dos jovens continua desconhecido.
O caso se tornou a pior crise política do presidente Enrique Peña Nieto e reforçou as críticas contra o sistema de segurança do governo. Milhares de pessoas realizam protestos em pontos da capital mexicana desde o desaparecimento pedindo punição aos responsáveis pelo caso. /EFE e REUTERS
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