
29 de setembro de 2011 | 16h27
Yulia acusou Yanukovich de "linchamento" político contra ela. "O presidente da Ucrânia me considera uma perigosa opositora política - e isso eu sou mesmo" , ela disse. "Eu devotarei a minha vida para garantir que a Ucrânia seja livre", afirmou no tribunal. Yulia se recusou a ficar em pé enquanto o juiz falava, em sinal de desafio. Ela poderá fazer novo discurso nos próximos dias, quando a sentença for lida.
A promotoria pediu uma sentença de 7 anos de prisão para Tymoshenko, que está com 50 anos. Ela é acusada de abuso de autoridade, ao ter assinado um acordo para a compra do gás russo. A promotoria acusa que o preço firmado no contrato é muito alto e que ela não estava autorizada a aprovar o acordo.
"Eu agi de uma maneira correta, legal e efetiva", disse a ex-premiê, defendendo o contrato para compra de gás natural da Rússia.
Os Estados Unidos e a União Europeia criticaram o julgamento como politicamente motivado e Bruxelas alertou o governo de Kiev que se Tymoshenko for presa, isso poderá custar a futura integração da Ucrânia ao bloco europeu. Tymoshenko já passou dois meses na cadeia. Ela é uma figura carismática mas divisora na política ucraniana. Ela foi uma das forças impulsoras da chamada "revolução Laranja" de 2004 na Ucrânia, quando o domínio político de Moscou no país foi abalado. Yanukovich, então candidato, foi acusado de fraude e as eleições de 2004 foram anuladas. Mas em 2010 Yanukovich derrotou a ex-premiê nas eleições.
O governo ucraniano afirma que não existe perseguição política contra a ex-premiê e que tudo não passa de uma grande investigação contra a corrupção no país. Além de Tymoshenko, outros ex-assessores dela são processados por corrupção.
Mais cedo nesta quinta-feira, o advogado de Tymoshenko, Mykola Siry, disse que as acusações não fazem sentido e que as pessoas que escreveram a peça de acusação parecem ser "mentalmente incapazes". Segundo ele, os promotores acusam que Tymoshenko firmou um contrato totalmente desfavorável para a Ucrânia e que ela fez isso para ganhar popularidade no país. "É ridículo fazer uma afirmação dessas e achar que alguém acreditaria nela", disse.
As informações são da Associated Press.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.