
20 de março de 2017 | 22h51
SEUL - A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, compareceu nesta segunda-feira à Promotoria do Distrito Central de Seul para ser interrogada pela primeira vez pelo escândalo de corrupção e tráfico de influência que levou à sua destituição. Ela é acusada de tramar, junto com a amiga Choi Soon-sil, a extorsão de grandes empresas e ter permitido a Choi interferir em assuntos de Estado.
Diante dos jornalistas que estavam na porta do edifício, Park, que tem insistido em sua inocência, fez um breve pronunciamento em que pediu desculpas à população. Ela garantiu que responderia a todas as perguntas dos investigadores “escrupulosamente”.
A ex-líder sul-coreana, obrigada a comparecer perante os fiscais depois de perder sua imunidade presidencial, prevê realizar uma declaração a todo o país em relação aos 13 delitos dos quais é acusada, entre eles suborno e abuso de poder.
Entenda. Primeira líder democraticamente eleita do país a ser afastada do cargo, Park chegou ao poder em 2012, embalada pelo legado do pai, o ditador Park Chung-Hee, morto em 1979. Eleita deputada pelo partido conservador em 1998, teve rápida ascensão na Coreia do Sul. Solteira e sem filhos, se dizia "mãe de todos os coreanos".
O baixo crescimento econômico, suspeitas de corrupção e o descontentamento social colocaram Park no centro de uma grave crise política. A amizade de 40 anos com Choi Soon-sil foi alvo de desconfiança entre os eleitores. A imprensa e a Justiça descobriram que a amiga da presidente, apelidada de "Rasputina", teria utilizado sua influência para obter mais de US$ 70 milhões de diferentes empresas.
O herdeiro e vice-presidente da maior empresa do país, a Samsung, Jay Y. Lee, está preso desde 16 de fevereiro por suborno, desvio de dinheiro e perjúrio em conexão com pagamentos de US$ 37 milhões feitos pela empresa a entidades supostamente ligadas a Choi.
Park também foi acusada de negligência em 2014, quando mais de 300 pessoas morreram no desastre do ferry Sewol. Ela ainda é criticada por supostamente perseguir artistas de oposição.
(Com informações de agências internacionais)
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