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Ex-presidente da Coreia do Sul é condenada a 24 anos de prisão por corrupção

Um escândalo de corrupção forçou sua cassação em janeiro de 2017

Atualização:

SEUL - A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi condenada a 24 anos de prisão nesta sexta-feira, 06, por um tribunal de Seul de várias acusações de abuso de poder, coação e suborno dentro da trama de corrupção da "Rasputina", que forçou sua cassação em janeiro de 2017.

(ARQUIVO) A ex-presidente sul-coreanaPark Geun-hye (c) é escoltada pela polícia ao chegar ao Tribunal do Distrito Central de Seul, em 25 de maio de 2017. Foto: Song Kyung-seok/Pool/EFE

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A sentença, que foi transmitida ao vivo pela TV por quase duas horas, considera comprovada que a ex-presidente conservadora e sua amiga Choi Soon-sil, conhecida como a "Rasputina", criaram uma vasta rede de favores através da qual extorquiram grandes empresas como Samsung, Hyundai e Lotte.

Park, de 66 anos, estava presa preventivamente desde março de 2017 e foi a primeira chefe de Estado sul-coreano cassada na democracia, cuja saída motivou uma antecipação nas eleições, vencidas em maio do ano passado pelo liberal Moon-Jae-in.

Além disso, o tribunal presidido pelo juiz Kim Se-yoon condenou a ex-governante ao pagamento de uma multa de 18 bilhões de wons (US$ 16,8 milhões).

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A promotoria tinha pedido para ela 30 anos de prisão e multa de 118,5 bilhões de wons (US$ 95 milhões).

Park, que chegou ao poder em fevereiro de 2013, foi declarada culpada de 16 das 18 acusações no caso de corrupção da "Rasputina", como abuso de poder, suborno e coação.

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Na entrada do tribunal, uma multidão de simpatizantes da ex-presidente se reuniu agitando bandeiras do país e mostrando cartazes em inglês onde estavam escrito: "Parem os processos mortais contra Park Geun-hye" ou "O Estado de Direito morreu".

A ex-governante, que não comparece ao tribunal desde outubro do ano passado alegando problemas de saúde, também não participou da audiência de hoje e denunciou que foi julgada de maneira imparcial e mantida presa preventivamente sem motivos.

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É a primeira vez que a Coreia do Sul transmite pela televisão o veredicto de uma causa penal, depois que a Suprema Corte aprovasse no ano passado uma emenda para permitir esta cobertura, se o próprio tribunal considerasse um caso de interesse público.

A sentença de hoje acontece depois que a conhecida como "Rasputina" sul-coreana ter sido condenada em fevereiro a 20 anos de prisão e a pagar uma multa milionária por ser o cérebro da trama de corrupção que escandalizou o país asiático.

Choi, amiga íntima de Park, era a principal responsável da ampla rede de tráfico de influência tramada ao lado da ex-presidente. /EFE

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