Ex-presidente da Costa Rica é acusado de assédio sexual por mais duas mulheres

Duas jornalistas, uma costa-riquenha e outra britânica, afirmam que Óscar Arias tocou em seus corpos de forma imprópria; na véspera, uma médica acusou o político, que comandou o país em duas ocasiões, de abuso sexual

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Por Redação
Atualização:

SAN JOSÉ - Duas jornalistas acusaram nesta quarta-feira, 6, o ex-presidente da Costa Rica e vencedor do Nobel da Paz em 1987, Óscar Arias, de assédio sexual um dia depois de um tribunal local receber uma denúncia semelhante de uma médica.

A jornalista costa-riquenha Eleonor Antillón contou ao diário La Nación que há mais de 30 anos, quando era assessora de imprensa de Arias, sofreu um assédio de sue então chefe, que na época era candidato presidencial nas eleições de 1986.

Duas jornalistas, uma costa-riquenha e outra britânica acusaram Oscar Arias de assédio sexual Foto: REUTERS/Victor Ruiz Garcia

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"Estava sentada em frente a sua mesa, ele se aproximou de mim, pegou minha mão e colocou em seu pênis, que estava ereto. Eu o empurrei, me levantei e ele se jogou em cima de mim", disse Eleonor, que admitiu que nunca denunciou os fatos porque "a sociedade não está preparada para acreditar (nas mulheres que denunciam assédio)".

Arias, de 78 anos, foi duas vezes presidente da Costa Rica (1986-1990 e 2006-2010) e é a figura mais relevante da política do país nas última décadas. Ele rechaçou em um comunicado a acusação revelada na terça-feira.

A jornalista britânica Emma Daly, que na década de 1980 morou na Costa Rica e trabalhou para o diário inglês The Tico Times, contou que foi assediada por Arias em 1990 em uma visita do ex-presidente a Manágua, capital da Nicarágua.

Emma, atual diretora de comunicação da ONG Human Rights Watch (HRW), afirmou ao Washington Post que fez uma pergunta para Arias no lobby de um hotel, mas o então presidente, em vez de responder, tocou seus seios e disse "você não usa sutiã".

Nervosa, ela diz que só conseguiu responder "sim, eu uso". Ela também não denunciou porque considerou que isso não algo que era levado a sério naquela época na América Central.

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As acusações surgem um dia depois de a médica costa-riquenho Alexandra Arce von Herold denunciar Arias nos tribunais locais por assédio sexual em 2014.

"Com relação à informação publicada hoje (terça-feira), devo dizer que rejeito categoricamente as acusações que me foram feitas, nunca agi desrespeitando a vontade de qualquer mulher, muito menos no caso de sua liberdade de se relacionar com outra pessoa", diz Arias em comunicado divulgado por seu advogado, Rodolfo Brenes.

A declaração diz também que ele não comentaria mais o caso porque está sob investigação da Justiça. / AFP

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