Ex-presidente da Enron se nega a depor

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente da gigante americana de energia Enron Kenneth Lay se negou nesta terça-feira a dar explicações ao Congresso sobre as causas da quebra do grupo, invocando a quinta emenda da Constituição dos Estados Unidos. "Meus advogados me recomendaram não depor com base na quinta emenda da Constituição", disse Lay antes de levantar-se e retirar-se da sala de audiências. Essa atitude já era esperada. Com uma fisionomia inflexível, Lay, que chegou a ser cotado como possível secretário de Energia da administração do presidente George W. Bush, foi obrigado a escutar por 90 minutos a leitura do relatório do processo pelos membros do Comitê do Comércio do Senado, acusando-o pela fraude financeira da Enron. O presidente do Comitê, Ernest Hollings, disse ter esperanças de que o escândalo da Enron leve a uma reforma nos métodos de financiamento das campanhas eleitorais. O Partido Republicano, do presidente Bush, foi o que mais doações recebeu da Enron em suas campanhas. Antes de anunciar que não se pronunciaria, Lay disse à audiência: "Eu vim até aqui hoje com um profundo sentimento de tristeza sobre o que aconteceu com a Enron, seus atuais e ex-funcionários e com seus acionistas". Dez comitês do Congresso estão investigando a empresa, além do Departamento de Justiça dos EUA e a Securities anda Exchange Comisssion (a Comissão de Valores Mobiliários americana). Por sua vez, William Powers, um dos diretores da Enron e decano da Universidade de Direito do Texas, que chefiou uma investigação interna na companhia, também foi convidado a depor e disse nesta terça que os papéis que foram destruídos na empresa deveriam conter as informações que o Congresso procura. Powers acusou ainda Lay de ser o responsável, em grande parte, pela falta de controle para prevenir procedimentos abusivos dentro da empresa.

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