Ex-presidente exilado da Bolívia, Evo Morales pede milícias armadas por rádio

Áudio gravado por Morales vazou na rádio pública do país

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Por Redação
Atualização:

BUENOS AIRES - O ex-presidente exilado da Bolívia Evo Morales defendeu no domingo, 12, um pedido que fez para a criação de grupos armados, cuja gravação vazou na rádio pública do país. 

Ex-presidente exilado da Bolívia Evo Morales fala sobre áudio vazado pedindo milícias no país Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

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Falando exclusivamente à Reuters na noite de domingo na Argentina, onde está exilado, o ex-presidente confirmou que era sua voz em uma gravação tocada na rádio boliviana pedindo a criação de milícias armadas "como na Venezuela". Ele disse que as pessoas têm o direito de se defender se o novo governo as estiver atacando e que não pretendia dizer armado com armas, que estava se referindo a grupos de defesa do cidadão que sempre existiram.

"Na Bolívia, se as forças armadas estão atirando no povo, matando o povo, o povo tem o direito de organizar sua segurança", afirmou ele em entrevista à Reuters. "Em alguns momentos (esses grupos) foram chamados de milícias, em outros foram chamados de segurança sindical ou polícia sindical e, em alguns lugares, é chamado de guarda comunal. Não é novo." 

Na gravação divulgada pela estação de rádio Kawsachun Coca Tropico, Morales disse que ele e seus apoiadores estavam "confiantes demais" antes das eleições presidenciais do ano passado e deveriam ter um "Plano B". 

Morales fugiu da Bolívia em novembro, depois de uma polêmica vitória nas eleições. 

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, ex-senadora e opositora política de Morales, disse que a gravação mostra que "paz, reconciliação e democracia nunca foram opções para ele". "Dada a intenção de semear terror e violência, eles só encontrarão o povo boliviano unido e, diante das ameaças, nossa mais profunda vocação democrática", twittou Añez na noite de domingo. 

Em meados de dezembro, os promotores bolivianos emitiram um mandado de prisão para Morales por alegações de sedição e terrorismo. /REUTERS

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