14 de abril de 2011 | 17h03
TÚNIS - O Ministro da Justiça da Tunísia, Lazhar Karoui Chebbi, revelou nesta quinta-feira, 14, que o governo pretende abrir processos contra o ex-presidente Zine Al-Abidine Ben Ali por 18 crimes diferentes, incluindo tráfico de drogas e homicídio doloso (com intenção de matar). O ex-líder, que permaneceu no poder por 23 anos, deixou o cargo em janeiro depois de uma onda de protestos. Ele fugiu para a Arábia Saudita juntamente com familiares.
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Numa entrevista transmitida pela TV estatal, Chebbi afirmou que as 18 acusações fazem parte de um conjunto de 44 indiciamentos que também devem ser apresentadas contra a família de Bel Ali e seus ministros. Quando foi Ben Ali deixou o poder, as autoridades disseram ter detido 33 membros de sua família acusados de desviar recursos do país. Um mandado internacional de prisão contra Ben Ali já foi emitido.
Acusações
Esta é a primeira vez que as autoridades tunisianas revelam o total de acusações contra Ben Ali. Chebbi disse que o país pediu à Interpol que congele os bens do ex-ditador e de sua família. Ele também afirmou que uma delegação seria enviada à sede da Interpol, em Lyon, na França, para tentar acelerar a execução da ordem de prisão.
Ben Ali é acusado de ter ordenado uma repressão à revolta popular que levou à sua saída, iniciada em dezembro. A ONU calcula em 219 os mortos durante os conflitos - incluindo 72 em prisões do país -, número bem superior ao confirmado por autoridades tunisianas.
Com a queda de Ben Ali, um novo governo foi indicado, e o serviço secreto de polícia foi dissolvido. Correspondentes dizem que as autoridades tunisianas estão sob pressão para conquistar legitimidade perante os manifestantes que derrubaram o governo de Ben Ali.
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