Ex-refém desiste de indenização na Colômbia, diz jornal

PUBLICIDADE

Por AE
Atualização:

A política e ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Ingrid Betancourt desistiu de tentar uma conciliação com o Estado, segundo informações do jornal local "El Tiempo". Ingrid havia pedido ao país uma indenização de US$ 6,8 milhões, sob alegação de que o Estado não providenciou proteção suficiente a ela, que já foi candidata à presidência da Colômbia e acabou sequestrada pelas Farc, em 2002.O pedido de indenização não era um processo judicial, mas ela tinha a opção de entrar na Justiça com essa demanda. O Ministério Público havia marcado a audiência de conciliação para 5 de agosto, segundo o "El Tiempo". Agora, porém, representantes legais da ex-candidata informaram oficialmente que desistiram de seguir adiante com o processo, segundo informações do jornal.O pedido de indenização de Ingrid foi mal recebido no país. O Ministério da Defesa se declarou "surpreso e pesaroso" com o fato, enquanto o vice-presidente Francisco Santos afirmou que ele abriria um "precedente funesto" e era "uma punhalada na força pública". A revista "Semana", uma das mais conhecidas do país, qualificou a ação de Ingrid como "vergonhosa". Ainda segundo o "El Tiempo", o ex-marido de Ingrid, Fabrice Delloye, qualificou o montante da indenização, de US$ 6,8 milhões, como "astronômico e estúpido". "Ela não se deu conta do que ocorre, do que está fazendo."Ingrid argumentou que não pretendia entrar na Justiça, mas apenas abrir um precedente para que outros ex-reféns das Farc pudessem conseguir indenizações do Estado. Ela foi libertada das mãos dos guerrilheiros em uma ação do Exército colombiano, em julho de 2008.Ingrid chegou a dizer que havia tido suas escoltas retiradas, antes da viagem ao sul do país em que ocorreu o sequestro, durante a campanha presidencial de 2002. O general William Pérez rebateu, dizendo que a ex-candidata decidiu abrir mão das escoltas e ignorar as advertências sobre os riscos na área, segundo o diário colombiano. "Não podíamos amarrá-la", disse o general.O general Arcesio Barrero, encarregado da Quarta Divisão do Exército na época do sequestro, negou que Ingrid tivesse obtido garantias de segurança antes da viagem, como a ex-candidata afirmou. "É uma mentira que eu tenha dado garantias de segurança. Ela foi advertida sobre os riscos."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.