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Ex-soldada israelense que postou fotos com palestinos vendados pede desculpas

Eden Abarjil disse que não teve a intenção de ofender ninguém; Exército diz que investigará o caso

Atualização:

 

JERUSALÉM - A ex-soldado israelense que postou suas fotos junto com prisioneiros palestinos vendados e algemados pediu desculpas nesta terça-feira, 17, e afirmou que "não tinha intenção de ofender ninguém". As imagens, consideradas humilhantes, geraram uma onda de indignação em Israel e no mundo. Eden Abarjil, de 22 anos, mora na cidade de Ashdod, no sul de Israel, e concluiu o serviço militar obrigatório há um ano. Ao publicar suas fotos, sorrindo ao lado de prisioneiros palestinos com olhos vendados e mãos algemadas, em sua página do Facebook, a ex-soldada também escreveu que o período que passou no Exército foi "o melhor da sua vida". Durante os dois anos que serviu no Exército, Eden esteve posicionada no comando do sul do país, na fronteira da Faixa de Gaza, região de tensão permanente. Ameaças de morte A ex-soldada relatou ao site de noticias do jornal Maariv que, desde a publicação das fotos nos grandes veículos de comunicação, tem recebido ameaças de morte e "não entende como um ato inocente se transformou numa história tão grande". Eden disse que tinha postado as fotos para compartilhar suas experiências no Exército com suas amigas. Peço desculpas, não tinha intenção de ofender ninguém... levei comida e bebida para aqueles prisioneiros", acrescentou. Ela também reclamou da atitude do Exército desde que a história foi divulgada e disse que foi tratada de maneira "nojenta" pelos militares. "Fui uma soldada modelo, estava disposta a morrer pelo Exército, sofria com mais de 20 Kassam (foguetes lançados contra o sul de Israel a partir da Faixa de Gaza) por dia e me tratam dessa maneira?", se queixou. 'Ato grosseiro' O porta-voz do Exército disse que o ato de Abarjil foi "grosseiro e vergonhoso" e que o assunto será investigado. O grupo de soldados da reserva Breaking the Silence (Quebrando o Silêncio) disse ao jornal Ha'aretz que os atos de Eden "são apenas mais um sintoma da doença que os israelenses tentam recalcar". "Em vez de ficar surpresa a cada vez que isso acontece, a sociedade israelense deveria entender que esse tipo de foto é resultado da ocupação", afirmou o grupo. De acordo com Ishai Menuhin, presidente da Comissão Publica contra a Tortura, "as duras fotos expressam uma norma de tratamento dos palestinos como se fossem objetos e não seres humanos". O departamento de comunicação da Autoridade Palestina declarou que as fotos de Eden "demonstram a mentalidade do ocupante, que se orgulha de humilhar os palestinos".

 

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