Ex-soldados de elite reforçam quadros dos grandes cartéis

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Por Redação
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A ousadia das ações dos cartéis do narcotráfico no México é atribuída pelos analistas ao fato de eles terem começado a recrutar seus quadros em gangues centro-americanas, militares dispensados pelo Exército guatemalteco e, principalmente, ex-soldados e policiais mexicanos. Nesta última categoria, destacam-se os Zetas. Trata-se de ex-militares de elite mexicanos incorporados ao Cartel do Golfo. "Muitos desses homens receberam treinamento na década de 90 para combater insurgentes caso grupos como os zapatistas começassem a proliferar", assinala o analista político Erubiel Tirado, da Universidade Iberoamericana, na Cidade do México. "O irônico é que agora o governo mexicano tem de combater esses homens, o que é praticamente procurar o antídoto para o próprio veneno", acrescenta. LUCROS BILIONÁRIOS Quase 90% da droga que entra no lucrativo mercado dos Estados Unidos passa pelo México, abrindo para os cartéis desse país um atrativo leque de oportunidades e motivos de disputas. Calcula-se que apenas com a venda de cocaína, heroína, maconha e metanfetamina, os narcotraficantes lucrem entre US$ 10 bilhões e US$ 30 bilhões. Só para comparar, o lucro da estatal petrolífera Pemex foi de US$ 4,6 bilhões no ano passado. "Enquanto houver demanda, a disputa por esses mercados continuará acirrada", afirma José Maria Ramos, especialista em segurança do Colégio da Fronteira Norte, em Tijuana. Esses negócios são controlados por meia dúzia de cartéis. Os dois principais são o Cartel do Golfo - liderado por Osiel Cárdenas - e o de Sinaloa, que tem à frente Joaquín El Chapo Guzmán. Este último cartel é considerado a maior rede de distribuição de cocaína de todo o mundo, com ramificações que vão desde os campos de cultivo de coca no Peru até as ruas das grandes cidades dos Estados Unidos.

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