Ex-terrorista italiano de esquerda é preso no Brasil

Cesare Battisti, apontado como terrorista ligado ao grupo extremista Brigadas Vermelhas, teria fugido para o Brasil em 2004, após ser descoberto na França

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal do Rio prendeu neste domingo, 18, de manhã, em Copacabana, o escritor italiano Cesare Battisti, apontado como terrorista ligado ao grupo extremista italiano Brigadas Vermelhas. Battisti, de 52 anos, foi capturado inicialmente em 1979 e logo sentenciado à prisão perpétua pelos quatro assassinatos e diversos roubos que cometeu como parte de suas atividades com um grupo de esquerda vinculado às Brigadas Vermelhas. Ele escapou da prisão em 1981 e fugiu para o México, onde viveu até que se mudou para a França no começo da década de 90. Lá, arrumou um emprego com porteiro e começou a escrever novelas de suspense. Foragido da Itália, Battisti foi descoberto residindo na França, de onde teria fugido para o Brasil, em 2004, tão logo o governo italiano solicitou à justiça francesa a sua extradição. Na época, intelectuais franceses e de outros países defenderam sua permanência em território francês. Prisão A prisão de Battisti, segundo informações iniciais da Polícia Federal, só foi possível graças a um trabalho de acompanhamento que policiais brasileiros vinham fazendo, auxiliados com informações da Interpol francesa e italiana. Ele foi preso pela manhã, em Copacabana, sem documentos no bolso e sua identidade foi confirmada graças às impressões digitais. Ficará detido no sistema penitenciário do Rio até que o Supremo Tribunal Federal decida sobre a sua extradição, cujo pedido terá que ser oficializado pela justiça italiana. Com ele, uma mulher chamada Lucie Genevieve Oles também foi presa. No momento da detenção de Battisti pelos agentes, Lucie estava prestes a entregar ao ex-terrorista 9 mil euros em espécie. A polícia brasileira confirmou que a mulher entrou legalmente no Brasil e, diante da falta de elementos que justificassem a sua detenção ou prisão, foi liberada. "Boa notícia" "Finalmente uma boa notícia que poderia mudar a atitude compassiva em relação aos que se mancharam com crimes de sangue em nome do terrorismo", afirmou o senador do partido Força Itália, Maurizio Sacconi ao saber da prisão. "Justamente porque o fenômeno está longe de estar exaurido, é preciso ter rigor na efetivação das penas para os culpados de ontem; e firmeza em atingir os de hoje. Por enquanto, que se faça o impossível para obter a extradição", completou. O Brigadas Vermelhas, que nasceu oficialmente em outubro de 1970, foi um famoso grupo de esquerda na Itália. Seus integrantes foram os responsáveis por diversos atos terroristas no país e se destacaram por terem seqüestrado e assassinado o então primeiro ministro italiano, Aldo Moro. com Reuters e Ansa Matéria alterada às 14h52 para acréscimo de informações

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.