Ex-vice da Argentina volta a ser preso em caso de corrupção

Justiça reverte sentença que libertou Amado Boudou e ressalta obrigações assumidas pelo governo da Argentina de 'punir devidamente' os casos de corrupção registrados no país

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Por Redação
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BUENOS AIRES - O ex-vice-presidente da Argentina Amado Boudou, companheiro de chapa de Cristina Kirchner entre 2011 e 2015, se entregou nesta segunda-feira, 18, à Justiça e foi preso mais uma vez após decisão de um tribunal de Buenos Aires.

O ex-vice-presidente argentinoAmado Boudou Foto: Rodrigo Abd/AP

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A Câmara Federal de Cassação Penal determinou que Boudou, que estava solto desde dezembro, volte a cumprir na prisão os 5 anos e 10 meses aos quais foi condenado por corrupção passiva e outros crimes, atendendo a um recurso apresentado pela Unidade Fiscal de Investigação e pelo Escritório Anticorrupção da Argentina.

Boudou foi condenado pela primeira vez em agosto do ano passado. Além de corrupção passiva, ele foi considerado culpado de promover negociações incompatíveis com suas funções públicas no resgate da gráfica Ciccone, enquanto ainda era ministro de Economia.

Após passar quatro meses na prisão, o mesmo tribunal que condenou Boudou aceitou o pedido de libertação apresentado pela defesa. O ex-vice-presidente, no entanto, deixou a cadeia utilizando tornozeleira eletrônica e pagou multa de 1 milhão de pesos argentinos (cerca de R$ 97 mil).

Na decisão de hoje, a Câmara Federal de Cassação Penal reverteu a sentença que o libertou e ressaltou as obrigações assumidas pelo governo da Argentina de "punir devidamente" os casos de corrupção registrados no país.

No chamado "caso Ciccone", Boudou foi condenado por comprar, junto com seu sócio José María Núñez Carmona, a Ciccone Calcográfica para imprimir dinheiro e documentos oficiais quando o então ex-vice-presidente era ministro de Economia de Cristina.

Em 2010, a empresa declarou falência, uma situação que foi resolvida após uma renegociação com a Receita Federal. Na época, a Ciccone foi assumida pela The Old Fund, de Alejandro Vandebroele, considerado testa de ferro de Boudou.

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O ex-vice-presidente é acusado de interferir nas negociações para facilitar o acordo com a Receita Federal e também na obtenção dos certificados necessários para que a empresa pudesse firmar contratos com o governo federal. / EFE

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