Execução de Saddam continua gerando protestos

Lideranças mundiais reprovaram o modo de como o ex-ditador foi executado

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O procedimento da execução do ex-ditador Saddam Hussein foi reprovado por diversos líderes mundiais e continua gerando protestos. Nesta sexta-feira, um incidente na região indiana de Caxemira, uma declaração do presidente egípcio, Hosni Mubarak, e a posição contrária da União Européia esquentaram o cenário internacional. Na Índia, a polícia atirou balas de borracha e lançou gás lacrimogêneo para dispersar centenas de manifestantes enfurecidos que queimavam a bandeira americana durante o segundo dia de protestos contra a execução do líder iraquiano Saddam Hussein, afirmou a polícia. Cantando "Fora Bush", os manifestantes também queimaram imagens do presidente dos EUA, George W. Bush, quando saíram das mesquitas depois das orações de sexta-feira e jogaram pedras nas forças do governo nas ruas em Srinagar, a principal cidade no Estado de Jammu-Caxemira. Também houve protestos em dois distritos de Srinagar antes das orações e no vilarejo de Chaduar, nas proximidades, afirmou Farooq Ahmed, vice-inspetor geral da polícia. Já Mubarak, qualificou de "caótica, asquerosa e inaceitável" a execução do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein no primeiro dia da festividade muçulmana do "Eid al-Adha" (sacrifício). Em declarações ao jornal israelense "Yedioth Ahronoth", publicadas hoje pelo jornal egípcio estatal "Al-Ahram", Mubarak disse que o julgamento de Saddam "foi ilegal, já que ocorreu sob a ocupação e contra as leis internacionais, especialmente porque houve intenção para executá-lo". Estas declarações são a primeira reação do líder egípcio à morte do ex-presidente iraquiano por enforcamento na madrugada de Domingo. Segundo o jornal, Mubarak disse que tinha pedido ao presidente americano, George W. Bush, que interviesse para o adiamento da execução da pena de morte contra Saddam, e acrescentou que era possível aplicá-la "sem propaganda nem forca, nem alegria do mal alheio". O presidente egípcio tinha advertido antes da execução de Saddam que a morte do ex-ditador iraquiano "faria com que a violência no Iraque explodisse e levaria a que se aprofundassem as diferenças sectárias e étnicas", segundo declarações de Mubarak publicadas em 10 de novembro pela imprensa egípcia. Se ainda não bastasse, o famoso pregador muçulmano, Yusuf al Qardaui, que é seguido por milhões de pessoas, também criticou o modo como Saddam foi executado. Posição da União Européia A União Européia, presidida atualmente por alemães, relembrou que a entidade é contra a pena de morte, independentemente das condições do réu. Em um comunicado apresentado em Berlim, A UE afirmou que a execução por pena de morte de qualquer prisioneiro de ambas as partes pode dificultar o diálogo em busca de reconciliação e paz. Além disso, o comunicado ainda fez um apelo para que sejam feitos julgamentos mais justos sobre os envolvidos na guerra. Tikiri e Bandar foram condenados à morte, assim como Saddam, por conta da execução de 148 iraquianos e por um suposto atentado genocida na aldeia de Duyail, ao norte de Bagdá.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.