Execução de Sakineh foi suspensa, diz agência iraniana

Informação teria sido dada pela presidente do comitê de direitos humanos do Parlamento iraniano em carta a Dilma Rousseff.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Governo permiitu a Sakineh encontrar filhos no início deste ano A presidente do Comitê de Direitos Humanos do Parlamento iraniano, Zohreh Elahian, disse que o país suspendeu a pena de morte de Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada por suposto adultério e assassinato. Segundo a agência oficial iraniana ILNA, a declaração estaria em uma carta endereçada à presidente Dilma Rousseff, em que Elahian informa que a pena de Sakineh foi comutada para prisão e chama de "propaganda" as críticas dos governos ocidentais ao sistema judicial iraniano. De acordo com a agência, Sakineh teve sua pena comutada para dez anos de prisão depois de receber o perdão dos familiares da vítima. A iraniana foi condenada ao apedrejamento em 2006 por supostamente trair e assassinar o marido. Grupos de direitos humanos afirmam que ela tem sido forçada a confessar a culpa. Em meio à pressão da comunidade internacional, o destino de Sakineh tem sido incerto desde então. As autoridades iranianas teriam suspendido a sentença de apedrejamento, mas ela continuava condenada à morte. No início deste ano, as autoridades iranianas permitiram que ela saísse da prisão para encontrar os filhos no norte do país. Brasil Desde a sua eleição, havia uma expectativa em relação à posição de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente do Brasil, sobre um assunto que o seu predecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi criticado por evitar. Pressionado para usar seu prestígio junto ao governo iraniano em favor de Sakineh, Lula se limitou a enviar uma mensagem ao "amigo" Mahmoud Ahmadinejad oferecendo asilo à iraniana. Dilma Rousseff, por outro lado, expressou claramente a sua solidariedade com o destino da condenada, afirmando que o apedrejamento seria "uma coisa bárbara". O último episódio envolvendo o regime iraniano e o Brasil foi a censura, na semana passada, imposto a livros do escritor Paulo Coelho no Irã. A decisão teria sido tomada depois que o editor de Coelho no país apareceu em manifestações da oposição contra o regime de Ahmadinejad. A ministra da Cultura, Ana Hollanda, criticou a decisão e pediu que o Itamaraty se posicione contra o Irã no episódio. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que "faz suas" as palavras da ministra da Cultura, mas disse também que esperará "mais elementos" para definir exatamente que medidas tomar. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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