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Execução falha e homem reage antes de ser declarado morto nos EUA

Clayton Lockett, de 38 anos, tossiu e tentou levantar cabeça do travesseiro; caso aumenta polêmica sobre uso de injeção letal no país

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Por Redação
Atualização:

OKLAHOMA - O corpo do prisioneiro cuja execução causou polêmica na noite de terça-feira, no Estado americano de Oklahoma, foi submetido hoje, 30, à autópsia. Clayton Lockett, segundo testemunhas da execução, se contorceu, cerrou os dentes e pareceu lutar depois que funcionários já haviam declarado que ele estava inconsciente. Ele morreu em seguida, de parada cardíaca. O Estado usava, pela primeira vez, uma nova combinação de drogas para a injeção letal.

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A Casa Branca disse que a execução ficou aquém das normas humanas necessárias para essa punição. A governadora do Estado, Mary Fallin, disse que o departamento de segurança conduzirá uma investigação independente sobre o que aconteceu. Ela também determinou a suspensão, por 14 dias, da execução de outro homem, Charles Warner, programado para morrer logo depois de Lockett, na noite de terça-feira.

Lockett, de 38 anos, foi declarado inconsciente dez minutos depois de receber a primeira das três drogas da nova combinação administrada pelo Estado. Três minutos mais tarde, ele começou a respirar profundamente, se contorcendo, rangendo os dentes e esforçando-se para levantar a cabeça do travesseiro. Mais tarde, autoridades culparam o rompimento de uma veia como a causa do problema. Lockett foi condenado por atirar contra uma jovem de 19 anos e assistir dois comparsas a enterrarem viva, em 1999. Ela e um amigo tentavam impedir que os três roubassem uma casa.

O caso, porém, deve jogar mais combustível em um já acirrado debate sobre a habilidade dos Estados de administrar as injeções letais. Contrários à pena capital argumentam que o método não condiz com a determinação da Constituição dos EUA que diz que a punição não pode ser “nem cruel, nem incomum”.

A organização não-governamental União Americana das Liberdades Civis (ACLU) criticou imediatamente o caso. “Isso não tem a ver com o fato desses dois homens serem culpados ou não. Isso não está em questão. O que está em questão é se podemos confiar o suficiente no governo para permitir que ele mate seus cidadãos, mesmo os culpados, em um processo secreto.” / AP

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