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Executivos boicotam fórum econômico em Riad

Desistências foram anunciadas após desaparecimento de jornalista saudita em Istambul

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WASHINGTON - Várias personalidades e empresas já decidiram não participar da segunda edição do fórum Future Investment Initiative, conhecido como “Davos no Deserto”, que ocorrerá em Riad entre os dias 23 e 25, em razão do desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Os relatos de que o jornalista teria sido assassinado dentro do consulado saudita em Istambul aceleraram o número de desistências nesta terça-feira. 

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, se tornou o herdeiro do trono após um verdadeiro golpe palaciano Foto: Monique Jaques para The New York Times

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Investidores com as maiores apostas na Arábia Saudita – entre eles os gigantes de Wall Street Stephen Schwarzman, diretor executivo do Blackstone Group, Jamie Dimon, diretor executivo do JPMorgan Chase, e Laurence Fink, do BlackRock –, além de instituições com fortes laços com o reino, tais como a firma de lobby Harbour Group e o Brookings Institution, suspenderam sua participação. 

O fórum também será boicotado pelas principais empresas de mídia, como Financial Times, New York Times e The Economist. O encontro de 2017 serviu como uma festa inaugural para o príncipe Mohamed bin Salman se mostrar como um ator global relevante. No entanto, a reunião deste ano é um símbolo da crescente desilusão do Ocidente com ele. 

Em vez do ousado reformador obstinado em modernizar o reino, o príncipe é agora visto como um autocrata impulsivo que recorre a táticas agressivas para esmagar a dissidência.

As acusações contra o futuro rei saudita deixam muitos financistas e executivos do setor de tecnologia numa posição desconfortável. Alguns fizeram investimentos bilionários na Arábia Saudita. Outros estão gerenciando fortunas em dinheiro saudita. Eles querem manter o fluxo de dólares, mesmo que retirem ou restrinjam o uso de seus nomes no encontro criado pelo príncipe. / AFP e NYT

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