Exército americano receberá treinamento "moral"

Bush afirma que o treinamento ético para as tropas americanas irá servir como um lembrete das normas internacionais de guerra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um porta-voz do Exército dos EUA informou nesta quinta-feira que o comandante da corporação no Iraque, General George Cassey, ordenou que os soldados americanos no país realizem treinamento de valores éticos e morais para atuar na zona de combate. A decisão vem à tona em meio a crescente suspeita de que a morte de 24 civis iraquianos em novembro na cidade de Haditha foi provocada por militares americanos. Para piorar a situação, nesta quarta-feira duas mulheres - uma delas em trabalho de parto - foram mortas enquanto tentavam chegar a uma maternidade na cidade de Samarra. O carro em que elas estavam teria ultrapassado uma barreira americana. O general Peter Chiarelli, comandante do Corpo Multinacional no Iraque, afirmou que o treinamento irá enfatizar "valores militares e a importância de uma conduta disciplinada e profissional em combate. Assim como as crenças culturais iraquianas". "Como militares profissionais, é importante que tomem um tempo para refletir sobre os valores que nos separam de nosso inimigos", afirmou Chiarelli. "O desafio para nós é certificar que as ações de poucos não manchem o bom trabalho de muitos", acrescentou. O treinamento será conduzido nas unidades nos próximos 30 dias e deve reforçar o treinamento que soldados já receberam antes de serem enviados para o combate, acrescenta um comunicado do Exército. O presidente Bush disse que o treinamento ético para as tropas americanas irá servir como um lembrete das normas internacionais de guerra. "É um lembrete justo, para a tropas no Iraque e em todo o Exército de que as pessoas esperam altos padrões dos soldados e de que há regras rígidas que devem ser seguidas", concluiu. Segundo o corresponde no Iraque da rede de TV inglesa BBC, a notícia foi recebida com ceticismo por muitos iraquianos, uma vez que as tropas americanas vem sendo amplamente acusadas de atacar civis no país.

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