Exército chinês acusado de matar refugiados tibetanos

Segundo membros de uma expedição filipina, militares chineses jogaram os cadáveres num precipício

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Por Agencia Estado
Atualização:

Membros de uma expedição filipina ao monte Cho Oyu denunciaram que pelo menos três refugiados tibetanos foram assassinados pelo Exército chinês na montanha, confirmando as informações publicadas na quarta-feira na portal MountEverest.net. O depoimento publicado nesta quinta-feira pelo jornal "Philippine Inquirer", o maior do país, foi dado por Ted Esguerra, médico da expedição Filipina. Esguerra disse que as vítimas são dois homens e uma mulher. Eles foram mortos a tiros por militares chineses dia 30 de setembro, em Nangpa La, na fronteira entre o Nepal e o Tibet. O médico acrescentou que podem ser até sete os tibetanos assassinados. O montanhista disse ter visto a cena do crime do acampamento-base de seu grupo, a cerca de 5.486 metros do Cho Oyu, sexta maior montanha do mundo, que pretendem escalar como treinamento para subir o Everest. As declarações de Esguerra confirmam a informação do MountEverest.net, que, citando como fonte um montanhista ocidental não identificado, falou de sete mortos. A fonte acrescenta que os militares chineses jogaram os cadáveres num precipício perto do acampamento-base de Cho Oyu. Segundo o portal, utilizado por alpinistas, outros montanhistas já haviam relatado em outras ocasiões que tinham escutado tiros no Himalaia. Mas é a primeira vez que um ocidental se diz testemunha de um massacre de tibetanos que tentavam chegar ao Nepal. O Comitê Canadá Tibet diz que, todos os anos, cerca de 2.500 tibetanos fogem em direção à Índia. O número inclui cerca de 800 crianças cujos pais querem para elas uma educação tibetana, que não é permitida sob as leis chinesas. Os outros fugitivos são monges e religiosas a quem a China proíbe a pratica de sua religião.

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