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Exército da Coréia do Sul entra em alerta após teste norte-coreano

Segundo especialistas militares russos, a bomba nuclear que a Coréia do Norte testou poderia matar 200 mil pessoas, se jogada sobre uma metrópole asiática

Por Agencia Estado
Atualização:

O Exército da Coréia do Sul entrou em estado de alerta após a realização do teste nuclear norte-coreano, informou a emissora de TV sul-coreana KBS, que citou fontes oficiais. O alerta afeta especialmente as tropas próximas da fronteira com a Coréia do Norte, que receberam reforços, indicou o Estado-Maior da Defesa. "Ainda não detectamos um movimento incomum de tropas na Coréia do Norte. No entanto, Coréia do Sul e Estados Unidos estão trabalhando juntos e trocando este tipo de informação", disse o coronel Ha Doo-chul, porta-voz da Junta de Chefes do Estado-Maior sul-coreano. Pouco antes, aconteceu em Seul uma reunião do Conselho de Segurança Nacional da Coréia do Sul, liderado pelo presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, com os responsáveis de Defesa e Exteriores para analisar a crise nuclear da Coréia do Norte. Em Seul se encontra também o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que se reunirá com o presidente Roh, que centrarão as conversas na prova nuclear. "É imperdoável", disse Abe em declarações à imprensa após tomar conhecimento do que havia ocorrido na Coréia do Norte. Tanto Roh como Abe indicaram que seus governos estão em contato permanente com China e Estados Unidos para analisar a situação, após esta demonstração de força sem precedentes do regime comunista de Pyongyang. Os serviços de inteligência sul-coreanos e o Ministério da Defesa deste país foram os primeiros a soarem o alarme sobre o teste realizado pela Coréia do Norte. Pouco depois, a Agência Central de Notícias norte-coreana KCNA emitiu um comunicado anunciando a realização de um teste nuclear subterrâneo. "O teste nuclear foi realizado totalmente com nosso conhecimento e nossa tecnologia", acrescentou a KCNA, citada pela agência sul-coreana Yonhap. Segundo a KCNA, o teste, realizado para reforçar "a capacidade de dissuasão" norte-coreana, "contribui para manter a paz e a segurança na península coreana e na Ásia". De acordo com uma informação fornecida pelo Ministério da Defesa sul-coreano, o teste aconteceu na localidade de Hwadaeri às 10h36. Outra informação procedente do Serviço Nacional de Inteligência especificou que o teste aconteceu a cerca de 30 quilômetros de Punggyeri, em Kilju, uma região na qual a Coréia do Sul já suspeitava que poderia ter instalações para a realização de um teste atômico. Fontes de inteligência sul-coreanas disseram que o teste nuclear pode ter acontecido sob uma colina de 360 metros de altura. As duas Coréias se encontram tecnicamente em guerra desde 1953, quando o armistício que pôs fim a três anos de conflito armado não incluiu, no entanto, um tratado de paz permanente para a península. Artefato poderoso Segundo informações de especialistas militares russos, a bomba nuclear que a Coréia do Norte testou poderia matar 200 mil pessoas, se jogada sobre uma metrópole asiática. A informação foi publicada na edição do último fim de semana do jornal britânico Daily Telegraph. A bomba norte-coreana não poderia ser instalada no mísseis que Pyongyang possui atualmente, segundo os russos. Pelos dados de Moscou, a arma teria 20 quilotons, quatro toneladas de peso e 10 pés de comprimento. Um eventual teste na superfície geraria a destruição de tudo numa área de 8 quilômetros quadrados. Tóquio pede condenação da ONU O Japão solicitou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando o teste nuclear realizado nesta segunda-feira pelo regime comunista, que, segundo Tóquio, representa uma grave ameaça para a paz internacional. O ministro de Assuntos Exteriores japonês, Taro Aso, disse à imprensa que é possível a aprovação de uma nova resolução do Conselho de Segurança contra a Coréia do Norte, "dada a gravidade da Situação". Por sua vez, a China afirmou sua posição "resolutamente contra" o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte, segundo o Ministério de Assuntos Exteriores informou por meio da agência estatal de notícias Xinhua.

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