
19 de maio de 2014 | 19h57
BANGCOC - As Forças Armadas da Tailândia declararam nesta segunda-feira, 19, lei marcial no país em um ato que surpreendeu Bangcoc em meio a rumores de um golpe de Estado. Em comunicado, o comando militar anunciou a censura dos meios de comunicação e disse que adotou a lei de exceção para “manter a paz e a ordem” no país. Nas primeiras horas da manhã de terça-feira, 20 (madrugada em Brasília), soldados ocuparam as ruas do centro, de alguns bairros da capital e várias estações de TV.
A medida foi anunciada seis meses depois que manifestações populares ganharam as ruas pedindo a destituição do governo da primeira-ministra Yingluck Shinawatra. No dia 7, o Tribunal Constitucional da Tailândia decidiu afastá-la do cargo. Os militares, porém, negaram que estavam assumindo o poder, dizendo que o decreto de lei marcial “não representa um golpe”. As Forças Armadas da Tailândia conduziram 11 golpes no país desde o fim da monarquia absolutista, em 1932.
No domingo, o líder dos protestos contrários ao governo da Tailândia, Suthep Thaugsuban, definiu a próxima terça-feira como data-limite para remover o partido interino do poder e convocou os milhões de apoiadores a se unirem ao que chamou de “a última luta”, segundo publicado pelo Bangkok Post. Thaugsuban, secretário-geral do Comitê Popular de Reforma Democrática (PDRC), disse que se entregaria à Justiça nessa data.
Segundo ele, integrantes do PDRC visitariam esta semana os ministros interinos do governo para exigir a renúncia deles sob o argumento de estarem “obstruindo o progresso do país”. Ao responder aos opositores, o primeiro-ministro interino, Niwattumrong Boonsongpaisan, disse que não renunciaria.
Manifestantes tomaram as ruas em novembro e, em janeiro, boicotaram as eleições antecipada. Os protestos contra a votação terminaram com a morte de 25 pessoas e centenas de feridos. Os manifestantes exigiam que as eleições fossem realizadas após uma reforma do sistema político que consideram corrupto e a serviço dos interesses do ex-premiê Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, afastado do poder por um golpe militar em 2006. / REUTERS E AP
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