Exército do Iraque reforçará segurança em Bagdá

Objetivo é evitar o aumento da violência, que pode levar a uma guerra civil

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Por Agencia Estado
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Três brigadas do Exército iraquiano que estão na região curda do norte e no sul xiita do país serão levadas para Bagdá para uma ação de segurança considerada central para as esperanças de evitar uma guerra civil, disse neste domingo uma autoridade iraquiana. Sami al-Askari, assessor do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, disse que a movimentação das tropas é parte de um plano que prevê que as forças iraquianas assumam a responsabilidade da segurança de Bagdá, com as forças multinacionais lideradas pelos Estados Unidos encarregadas dos arredores da capital. Maliki anunciou o plano no sábado e prometeu acabar com os grupos armados ilegais ligados a todas as facções e linhas políticas, em sugestão de que pode reprimir também milícias de seus companheiros xiitas, o que é uma das principais exigências de Washington e da minoria árabe sunita, que já dominou o país. A anúncio foi feito no momento em que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, conduz mudanças de comandantes e diplomatas no Iraque e se prepara para divulgar uma nova estratégia, na próxima semana, que segundo autoridades pode incluir uma proposta de envio de mais 20.000 soldados a Bagdá. As brigadas iraquianas têm em torno de 1.200 soldados. Askari disse que duas brigadas do norte, com maioria de soldados de origem curda, e uma do sul xiita serão enviadas a Bagdá para participar de uma operação que pretende limpar áreas que são "bases para grupos terrorista" e estacionar tropas de maneira permanente e a longo prazo. Quando forças dos EUA lançaram uma grande operação em Bagdá na metade do ano, os esforços foram prejudicados porque não puderam manter o controle das áreas de onde os grupos haviam sido retirados. Algumas unidades do Exército iraquiano recusaram-se a ser enviadas para zonas de combate e ficou provado que é difícil deixar de lado as lealdades sectárias. Askari disse estar confiante de que as três brigadas adicionais podem chegar em breve e acrescentou que o governo está determinado a combater a infiltração de milícias nas forças armadas. "Há um plano junto com o plano de segurança para tentar limpar o Ministério do Interior e o ministério da defesa destes elementos", disse. "Isso leva tempo, porque não é uma tarefa fácil... (mas) sem isso o povo não vai confiar nas forças de segurança." Bagdá, onde vive mais de um quarto da população iraquiana em comunidades misturadas, vem sendo alvo de violência. O enviado dos EUA, Zalmay Khalilzad e o general George Casey, que serão substituídos, disseram em comunicado conjunto que as forças norte-americanas estão prontas para ajudar a implementar o plano de Bagdá "conforme determinado pelos comandantes iraquianos e da coalizão." Uma reportagem de uma televisão norte-americana disse que o secretário de Defesa, Robert Gates, recomendou o envio de mais 10.000 soldados ao Iraque, com opção de dobrar o número pra 20.000 nos próximos três meses. O Pentágono e a Casa Branca recusaram-se a comentar a reportagem. Os oponentes democratas de Bush, que na semana passada assumiram o controle do Congresso dos EUA, questionam a necessidade de envio de mais soldados norte-americanos ao Iraque. Mais de 3.000 forças dos EUA morreram no Iraque desde a invasão em 2003 e muitos eleitores são a favor de uma retirada rápida das forças.

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